A determinação do presidente Jair Bolsonaro para que a Polícia Federal investigue suposto desvio de recursos do Fundo Partidário do PSL durante a eleição de outubro passado não terá efeito prático algum nem foi encaminhada por escrito para a Polícia Federal. O presidente falou sobre o assunto em entrevista à TV Record.
Pela legislação, o caso envolvendo recursos de campanha só pode ser apurado com autorização da Justiça Eleitoral, pois o órgão não pode abrir inquéritos desta natureza por conta própria.
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Adiamento
O depoimento de Maria de Lourdes estava previsto para ontem, mas foi adiado a pedido de advogados.
A reação do presidente, acompanhada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, diverge da de outros casos que ganharam o noticiário desde o período da transição.
Não houve pedido de investigação, por exemplo, quando ambos foram questionados sobre o suposto registro de caixa 2 durante campanhas eleitorais de Onyx Lorenzoni, atual ministro da Casa Civil.
Questionado nesta quinta-feira sobre o caso envolvendo PSL e Bebianno, Moro afirmou que a "determinação" do presidente "está sendo cumprida". "Os fatos vão ser apurados e eventuais responsabilidades definidas", disse o ministro da Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo..