O presidente Jair Bolsonaro convidou o general da reserva Floriano Peixoto a assumir interinamente o ministério ocupado por Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral), que deve ser exonerado nesta segunda-feira, 18, após entrar na mira do seu filho, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC). Se executado, o plano vai reforçar a presença dos militares no Planalto. O chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, será o único civil entre os quatro ministros que despacham no palácio.
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Esperada exoneração de Bebianno ainda não foi publicada no 'Diário Oficial'No Twitter, Bolsonaro faz defesa de sua administração sem citar BebiannoMagoado, Bebianno não vai poupar filho de BolsonaroGustavo Bebianno afirma que está recebendo ameaçasCom situação indefinida, Bebianno segue em hotel em Brasília'Quem sofre uma injustiça não fica bem', diz BebiannoBolsonaro se reúne rapidamente com Lorenzoni na manhã desta segunda-feiraPeixoto assumirá interinamente porque um setor do governo vê na saída de Bebianno uma oportunidade para Bolsonaro reduzir o número de ministérios, hoje em 22.
A escolha de Floriano Peixoto conta com o apoio de Onyx Lorenzoni, que trabalha para que ele seja efetivado no ministério. Com isso, ele evitaria dividir o comando do núcleo político com alguém do PSL. Por outro lado, Onyx viraria uma vidraça fácil. Ele já foi alvejado no início do governo por suspeitas de caixa 2 e não conta com a simpatia de Carlos Bolsonaro.
Interlocutores do presidente relataram que Bebianno perdeu as chances de continuar no cargo após chegar a Bolsonaro a informação de que ele deixou vazou mensagens de áudio com ordens que recebeu de Bolsonaro.
Por ter afirmado ao jornal O Globo que havia conversado três vezes com Bolsonaro, Carlos o chamou de mentiroso. Antes disso, o nome de Bebianno foi citado em esquema de desvio de dinheiro do Fundo Partidário do PSL, o que ele nega.
O ato de exoneração do ministro foi assinado por Bolsonaro ainda no fim de semana e deve ser publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira. O objetivo foi ganhar tempo para construir uma saída política para o caso e evitar que Bebianno "saia atirando" contra desafetos.
'Chumbo'
O Planalto foi avisado de que está sendo preparado "chumbo grosso" contra Carlos Bolsonaro, a quem Bebianno só se refere com adjetivos que desqualificam sua capacidade intelectual. Em conversas, o ministro diz que o "ciúme exacerbado" que Carlos tem do pai foi posto acima do País.
O empresário Paulo Marinho, suplente do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), passou as últimas horas em Brasília ao lado de Bebianno e resumiu: "O melhor seria que cada filho se ocupasse de suas funções parlamentares em vez de ficar o dia inteiro na internet".
O episódio ajudou os militares a advertirem Bolsonaro sobre os problemas que os filhos podem causar para o governo. O Planalto está paralisado desde sua volta a Brasília. Os militares, que não estão acostumados com troca de farpas por redes sociais, evitavam o tema família com o presidente.