O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, anunciou na noite desta segunda-feira a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. Trata-se da primeira baixa do governo de Jair Bolsonaro (PSL), resultado de denúncia de que o PSL, partido do presidente, usou candidaturas laranjas nas eleições do ano passado.
Em nota lida pelo porta-voz, Bolsonaro deseja "sucesso na nova caminhada" e agradece Bebianno por sua "dedicação".
Ainda em sua fala, Rêgo Barros não entrou no mérito da demissão e nem explicou porque outro integrante do governo que também acusado de usar laranjas, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, não foi citado ou sofreu retaliações. “O motivo da demissão é de foro íntimo do presidente”, afirmou o porta-voz.
Quem assume a secretaria com status de ministério é o general Floriano Peixoto.Ele era o secretário-executivo da pasta.
Bebianno vem sendo acusado de supostas irregularidades nas campanhas eleitorais do PSL ocorridas na época em que ele presidia o partido, que também tem o presidente Bolsonaro como filiado. A crise cresceu quando o vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente, chamou Bebianno de mentiroso, declaração que foi reforçada pelo próprio presidente.
Agradecimento
Em vídeo divulgado pelo Planalto, Bolsonaro afirma que tomou a decisão de demitir bebianno nesta segunda-feira. Ele reconheceu que existiram “incompreensões” de ambos os lados e afirmou que não devem ser feitos pré-julgamentos. “Tenho que reconhecer a dedicação e a compreensão do senhor Gustavo Bebianno à frente da coordenação da campanha eleitoral, em 2018. Seu trabalho foi importante para o nosso êxito”, disse.
Bolsonaro também ageradeceu aos quase 50 dias em que esteve no governo e desejou “sucesso” a ele na “nova jornada”. “Agradeço ao senhor Gustavo pelo esforço e empenho quando exerceu a direção nacional do PSL e continuo acreditando na sua seriedade e qualidade do seu trabalho. Reconheço também sua dedicação e esforço durante o período que esteve no governo”, salientou.