O vice-presidente Hamilton Mourão saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro, criticado por ter demorado muito a decidir pela demissão do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, prorrogando a crise pelo fim de semana. "Ele agiu com a cautela necessária", declarou, ao deixar o Planalto, depois de o porta-voz da Presidência, Otávio Rego Barros, ter anunciado a saída de Bebianno do cargo.
Mourão evitou, também, ligar a demissão às pressões dos filhos do presidente, particularmente o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), do Rio, desafeto do ex-ministro desde os tempos de campanha. "Foi uma decisão do presidente e não tem nada a ver com questões familiares", afirmou.
Em outro momento, mais uma vez, Mourão elogiou a forma como Jair Bolsonaro conduziu o processo, evitou falar do PSL e elogiou a capacidade do presidente de promover o entendimento com os partidos da base aliada. "O PSL não é meu partido. Não posso emitir opinião sobre algo que não tem nada a ver comigo, apesar de ser do governo e o PSL ser o principal partido da base aliada", declarou Mourão.
E acrescentou: "O presidente tem habilidade e capacidade para superar qualquer crise dessa natureza". Questionado se esse problema todo, às vésperas do envio ao Congresso da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, o vice-presidente amenizou as consequências dos embates dos últimos dias. Sobre a diferença de tratamento dado por Bolsonaro a Bebianno e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que também foi acusado de irregularidades no patrocínio de candidatos-laranjas, mas que foi poupado pelo governo, o vice-presidente respondeu: "Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Então, acho que a questão entre o presidente e o ministro Bebianno tem mais, vamos dizer assim, tem mais problemas do que a questão dos laranjas".
Diante da insistência dos repórteres sobre quais seriam esses problemas, Mourão disse não saber e ressaltou que essa "foi uma decisão de foro íntimo" do presidente.