Jornal Estado de Minas

Ministro do Turismo é acusado de integrar esquema de candidaturas laranja em Minas

Após a demissão de Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da presidência, as atenções da crise que envolve o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) se voltam para o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Nesta terça-feira, o jornal Folha de S. Paulo publicou uma declaração da professora aposentada Cleuzenir Barbosa, candidata a deputada estadual pelo PSL nas últimas eleições, em que diz que o partido promoveu um esquema de lavagem de dinheiro público em Minas Gerais. 
 
De acordo com as declarações de Cleuzenir, Marcelo Álvaro Antônio, então presidente do PSL em Minas, tinha conhecimento das operações e das chamadas "candidaturas laranja" por parte da legenda, que envolviam recursos do fundo partidário usando candidatas mulheres. 
 
Cleuzenir, porém, diz não ter aceitado participar do esquema. Ela receebu apenas 2.097 votos e hoje vive em Portugal. Disse ter deixado o Brasil por temor de retaliações por parte dos aliados de Álvaro Antônio.
 
De acordo com a reportagem da Folha, o PSL de Minas Gerais teve quatro candidatas no ano passado. Todas teriam apenas cumprido a cota 30% de candidaturas femininas e o dinheiro público destinado a elas acabou devolvido a assessores, parentes e outras pessoas ligadas ao atual ministro do Turismo. A professora aposentada Cleuzenir teria sofrido pressão para devolver R$ 50 mil dos R$ 60 mil que recebeu do fundo eleitoral do PSL.
 
Nesta terça-feira (19), o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ) anunciou em sua conta no Twitter que seu partido solicitou a convocação do atual ministro do Turismo, para que ele preste explicações à Câmara sobre as suspeitas de candidaturas laranjas pelo PSL de Minas Gerais. "O ministro e o governo devem explicações à sociedade", escreveu Freixo.
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