Jornal Estado de Minas

Ex-assessor do ministro do Turismo Marcelo Álvaro é exonerado da Assembleia

Envolvido no esquema investigado pela Polícia Federal de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais, o ex-assessor do ministro Marcelo Álvaro Antônio, Haissander Souza de Paula, teve cargo comissionado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) até a última quarta-feira (20). 


O ex-assessor do ministro do Turismo ficou conhecido no início do mês quando veio à tona um suposto esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais. O partido presidido por Marcelo Álvaro terá seus gastos eleitorais investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de Minas Gerais.

Um valor de R$ 279 mil da verba pública de campanha do PSL foi destinada a quatro candidatas e parte do dinheiro, pelo menos R$ 85 mil, foi destinado a empresas de assessores de Álvaro Antônio.

Uma das candidatas do PSL, Cleuzenir Barboza, contou em depoimento ao MP que os assessores do ministro cobraram que ela devolvesse parte do dinheiro. A candidata disse se sentir ameaçada, entre outros episódios, porque Haissander teria colocado uma arma de fogo sobre a mesa em uma das reuniões.


ALMG

Haissander Souza de Paula foi nomeado em 2 de fevereiro como assessor parlamentar do deputado Professor Irineu (PSL), que assumiu seu primeiro mandato na Assembleia este ano.

De acordo com a tabela de vencimentos da ALMG, o cargo comissionado VL-31, para o qual Haissander foi nomeado, tem  salário mensal de R$ 4.218,14.

No Diário do Legislativo, publicado nesta sexta-feira (22), Haissander foi exonerado menos de 20 dias depois de assumir o cargo na Assembleia.
A exoneração, porém, foi do cargo VL-37, que tem como vencimento R$ 5.652,79.

Haissander trabalhou como assessor parlamentar do então deputado Marcelo Álvaro Antônio na Câmara dos Deputados. Marcelo Álvaro assumiu este ano o ministério do Turismo.

A exoneração de Haissander da Câmara foi publicada em 4 de janeiro. Em suas redes sociais, Haissander tem fotos com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro Marcelo Álvaro.

A reportagem do Estado de Minas não conseguiu falar com o deputado Professor Irineu para comentar a função que Haissander exercia em seu gabinete e o motivo da exoneração. O ministro do Turismo também não retornou às ligações.

 

No início do mês, quando veio à tona o depoimento de Cleuzenir Barbosa, Hassander negou que fez qualquer tipo de ameaça à candidata e que pediu para que ela parasse de usar o dinheiro da campanha para contratar parentes. 

 

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