Brasília – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse nesta sexta-feira que o governo Bolsonaro ainda não tem os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional, mas que o sentimento entre os parlamentares é favorável à proposta de emenda à Constituiçao (PEC) que muda as regras da aposentadoria. Na avaliação do presidente do Senado, o ponto que mais causa resistência entre os parlamentares com quem conversou são as alterações nas regras de benefícios assistenciais. Hoje, o governo não tem os votos necessários. “Hoje. Mas há um sentimento da maioria dos parlamentares de votar a reforma”, disse.
Leia Mais
Pesquisa sinaliza que Planalto tem 20 votos de sobra para aprovar reforma da PrevidênciaGoverno tenta evitar mudanças na reforma da PrevidênciaConfira o passo a passo da tramitação da reforma da Previdência no CongressoEntenda projeto do governo para a reforma da PrevidênciaPor reforma da Previdência, Bolsonaro faz aceno à oposiçãoGoverno quer recuperar R$ 160 bilhões de empresas inadimplentes com o INSSGuedes afirma que proposta da reforma da Previdência reduz gastos públicosSegundo Alcolumbre, o governo vai negociar a PEC e precisa articular sua base, o que envolve conversas com partidos, deputados e senadores. “Existe o sentimento, senadores e deputados querem votar a reforma por conta do sentimento que estamos vivendo, mas o governo tem que se articular politicamente, buscar as lideranças, os partidos e os parlamentares para garantir o voto mínimo necessário”, afirmou.
Alcolumbre estimou que, se a Câmara enviar a PEC da Previdência ao Senado no fim de abril, os senadores podem analisar a proposta em junho e a votação da matéria estaria concluída antes do recesso parlamentar. “Acho que aprova até junho, no primeiro semestre. Se vier da Câmara em abril, eu acho que a gente entra no recesso de julho com a reforma aprovada”, avaliou. Uma forma de conseguir cumprir esse prazo, segundo ele, seria a formação de uma comissão do Senado para acompanhar a tramitação da reforma na Câmara e agilizar o rito da matéria quando chegar ao Senado. O relator desse grupo de senadores será também o relator da PEC na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado. Alcolumbre deve decidir o formato da comissão na próxima terça-feira em reunião com líderes de bancada.
COMISSÃO ESPECIAL “Acho que pode dar celeridade. Se essa proposta vai tramitar na Câmara por dois ou três meses, a gente pode adiantar em 30 dias com esse acompanhamento, porque o Senado vai estar debatendo junto com a Câmara todos os pontos polêmicos”, afirmou.
A comissão especial terá como atribuição fazer sugestões e encaminhar recomendações para que a proposta chegue ao Senado com as principais polêmicas já pacificadas para que seja votado na Casa o mesmo texto vindo da Câmara. Caso os senadores modifiquem o mérito do texto da Câmara, a proposta precisará retonar para análise dos deputados e isso pode atrasar muito a conclusão da votação.
.