O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou em nota na noite deste sábado (23) que o Senado está "atento e disposto" a colaborar com iniciativas que visem a solução do impasse que vive a fronteira do Brasil com Venezuela, "de maneira democrática e pelo bem dos que vivem dos dois lados da fronteira".
Na manifestação, divulgada nas redes sociais do senador, Alcolumbre chama de "lamentável" o bloqueio das fronteiras da Venezuela que impede a chegada de ajuda humanitária enviada pelo Brasil e outros países. Há pouco, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência divulgou nota em que afirma que dois primeiros caminhões brasileiros cruzaram a fronteira para a Venezuela, sem que ocorressem incidentes na travessia. A reportagem do Estado, no entanto, que está no local, relata que os caminhões ficaram apenas na linha de fronteira.
Alcolumbre ainda lamentou as notícias de ataques promovidos pela Guarda Nacional Bolivariana às primeiras tentativas de levar alimentos e remédios à população venezuelana. Há relatos de que ao menos dois venezuelanos morreram e 18 ficaram feridos em confrontos entre forças do regime de Nicolás Maduro e manifestantes favoráveis ao opositor Juan Guaidó na cidade de Santa Elena de Uairén, neste sábado.
O presidente do Senado também afirmou que está preocupado com as "possíveis consequências" do quadro para a população que vive em Roraima. "Por isso, o Senado Federal do Brasil está atento e disposto a colaborar com todas as iniciativas que objetivem a solução do impasse de maneira democrática e pelo bem dos que vivem dos dois lados da fronteira", disse.
Do mesmo partido de Alcolumbre, o senador Chico Rodrigues, de Roraima, disse ao Estado neste sábado que recebeu uma ligação, ontem à noite, de Alcolumbre, preocupado com o quadro na fronteira. "Tenho certeza que, na semana que vem, o Senado deve nomear uma comissão para que possa realmente vir acompanhar a situação. Eu estou aqui hoje e continuarei aqui", afirmou o senador.
Confira a íntegra da nota de Alcolumbre:
"É lamentável o bloqueio das fronteiras da Venezuela que impede a chegada da ajuda humanitária enviada pelo Brasil e por outras nações vizinhas. Mais tristes são as notícias dos ataques promovidos pela Guarda Nacional Bolivariana às primeiras tentativas de levar os alimentos e remédios ao sofrido povo venezuelano. Ainda não posso deixar de manifestar minha preocupação com as possíveis consequências dessa situação extrema para os cidadãos que vivem em Roraima. Por isso, o Senado Federal do Brasil está atento e disposto a colaborar com todas as iniciativas que objetivem a solução do impasse de maneira democrática e pelo bem dos que vivem dos dois lados da fronteira."
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