Reeleito presidente da Câmara dos Deputados com o apoio de 19 partidos, Rodrigo Maia (DEM-RJ) repetiu uma prática da "velha política" na campanha: prometeu cargos e espaços na estrutura da Casa. O problema, denunciam deputados, é que em alguns casos ele reservou a mesma cadeira para siglas diferentes, causando um "overbooking" na hora de acomodar todos.
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Maia nega que plenário se voltou contra governo e lembra início positivoVotações são 'mais importantes que qualquer crise no governo', diz MaiaJoice: Guedes participou da reunião com Maia e Moro porque faz parte do governoO impasse paralisa a Câmara, que completará um mês de funcionamento sem que as comissões estejam em atividade. "Essa divisão tem que acontecer dentro do que foi combinado, se não ficará difícil", cobra um líder governista que pediu para não ser identificado.
Um exemplo deste "overbooking" está na Comissão de Finanças e Tributação, uma das principais da Casa, que discute temas econômicos. Parlamentares do PSL e do MDB juram ter recebido a promessa de Maia de que a comandariam. Por enquanto, os emedebistas são "favoritos".
Na Comissão de Transportes, mais briga.
Até a instalação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, foi adiada. A previsão era de que ela teria seus membros indicados e seu presidente eleito hoje, mas ontem Maia recuou. Segundo ele, parlamentares preferiram esperar o envio do projeto que trata da aposentadoria de militares. É na CCJ que a reforma da Previdência começará a ser discutida.
Nesse caso, o "overbooking" é interno, no PSL. Quatro nomes disputavam a indicação do partido que, depois de muita negociação, optou por um rodízio.
Maia rebateu críticas. "Apenas o PT não veio conversar comigo para escolher comissões. Os dois blocos que apoiaram a minha candidatura têm as 12 primeiras escolhas. Então, não temos nenhum problema", disse ele ao Estado. .