A Casa Civil vai capitanear a articulação política direta com os demais ministérios. Em prol da construção de uma base de apoio para a aprovação da reforma da Previdência, o ministro-chefe da pasta, Onyx Lorenzoni, recebeu autonomia do presidente Jair Bolsonaro para dialogar diretamente com os ministros de Estado e dar diretrizes sobre como atender as demandas de parlamentares. A força-tarefa começa hoje, em uma reunião no Palácio do Planalto com secretários executivos e assessores parlamentares da Esplanada dos Ministérios.
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Banco de talentos para o governo será anunciado na semana que vem, diz LorenzoniRaquel pede para 'baixar' apuração de caixa 2 de LorenzoniMajor Olímpio diz que Lorenzoni não fala em nome de BolsonaroÁudios sugerem interesse do PCC em ataque a BolsonaroBolsonaro diz que 'filtra' declarações do filho Carlos sobre governoProcurador cita possível peculato por Bolsonaro envolvendo filha de QueirozA reunião de hoje entre Casa Civil e secretários executivos e assessores parlamentares tem por objetivo orientar os ministérios sobre como atender os deputados. A ideia é que, se necessário, reajustem as agendas para acomodar o atendimento a deputados e senadores, sobretudo pela manhã. As sessões legislativas costumam ser mais intensas no período vespertino.
Na Câmara e no Senado, as principais reclamações são sobre a falta de atenção dada pelos ministros. No PR, por exemplo, há parlamentares que não conseguiram sequer ser recebidos por ministros para audiências após quatro solicitações. “É algo disseminado no governo. Os ministros não estão tendo a atenção devida para receber a bancada”, criticou o deputado José Rocha (PR-BA), líder da legenda na Câmara. A crítica, entretanto, é generalizada. Na reunião entre Bolsonaro e líderes, todos se manifestaram sobre a ausência de comunicação entre ministros e deputados. Quando conseguem marcar uma audiência, é no meio para o fim da tarde, o pior horário para um parlamentar — é quando costumam participar da Ordem do Dia no Parlamento.
Os deputados e senadores têm demandas diversas.
Urgência nas verbas
A liberação de recursos ainda está em fase de estudos. A Casa Civil pediu que o Ministério da Economia cuide disso com urgência. A promessa é de que, diferentemente do início de outros governos, as verbas para as emendas impositivas não sejam contingenciadas, corrobora o líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA). O prazo para as transferências, no entanto, ainda é incerto. “O ministro Onyx trabalha para que ocorra até abril”, disse um interlocutor.
O encontro de hoje entre Casa Civil e os secretários executivos dos ministros dá continuidade ao processo de articulação. Na última semana, Onyx cobrou o mapeamento de cargos de livre nomeação para abrigar aliados políticos na administração pública direta e indireta, na Esplanada, em autarquias, e em empresas públicas. A meta é que as reuniões possam ocorrer semanalmente para fazer análises e reavaliações dos atendimentos aos parlamentares.
A Casa Civil quer dar unidade às articulações.
As conversas com os parlamentares, defende Joice, são apenas o amadurecimento de uma conversa. “Nosso presidente sempre foi muito claro quando diz que não haverá toma lá da cá. O problema não é a indicação, e, sim, a corrupção. O que o governo sempre disse é que as pessoas (indicadas) serão qualificadas para aqueles espaços. Todas com passado ilibado. Qual o problema disso? Existem, claro, espaços para serem ocupados. A gente vai colocar inimigos?”, rebateu. (Colaborou Bernardo Bittar).