E-mails do banco Bordier & Cie, de Genebra, revelam que o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza teria encomendado um cartão para o ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes (PSDB). De acordo com a troca de mensagens entre funcionários da instituição financeira, a pedido do "cliente", o cartão, que foi carregado com 10 mil euros, deveria ter sido enviado ao tucano, mas não colocado em seu nome.
As trocas de mensagens fazem parte dos documentos obtidos pela força-tarefa da Lava-Jato em cooperação internacional com bancos Suíços. Vieira de Souza foi preso na fase de número 60 da operação, batizada de Ad Infinitum, apontado como suposto operador de políticos do PSDB e também da Odebrecht na geração de dinheiro para seu departamento de propina.
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Em diário, ex-diretor da Dersa mostra 'proximidade' com Aloysio NunesAloysio Nunes pede demissão do governo de SP após operaçãoAloysio Nunes será o 7º ministro de Temer na gestão DoriaUm dos cartões emitidos teria Aloysio Nunes como seu beneficiário - ele foi alvo de buscas e apreensões. O documento foi emitido em 2007, quando o tucano era chefe da Casa Civil do governo José Serra (PSDB), em São Paulo. O cartão, de acordo com as informações do banco suíço, foi enviado ao hotel Majestic, em Barcelona, e recebeu crédito de 10 mil euros.
Além do documento que mostra a emissão do cartão e seu envio a Barcelona, trocas de e-mails também indicam para a entrega do cartão a Aloysio, a pedido de Paulo Vieira de Souza.
Defesas
A reportagem entrou em contato com a defesa do ex-ministro.
Segundo o tucano, o delegado da Polícia Federal que conduziu as buscas em sua residência "foi muito cortês" mas não revelou a ele os motivos da diligência. "O inquérito está em segredo, eu estou buscando saber o que há."
Aloysio Nunes negou ter recebido cartão de crédito da conta do operador do PSDB Paulo Vieira de Souza, preso na Ad Infinitum.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Vieira, mas também não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação..