O estrago feito e a parceria desfeita
O Ministério da Educação (MEC) informou ao Ministério Público Federal (MPF) ter desistido de pedir às escolas que enviem vídeos dos alunos cantando o Hino Nacional. Na manifestação, a consultoria jurídica da pasta afirmou que há dificuldade de armazenar os arquivos. Outro episódio da série “acredite, se quiser”.
Só que tem mais envolvendo o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, já que ele “percebeu o erro” ao citar o slogan da campanha de Jair Bolsonaro, “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”. E, como não poderia deixar de ser, desistiu também de exibir vídeos dos estudantes cantando.
“Basicamente, eles queriam o levantamento de todas as sanções e nós não poderíamos fazer isso.” Donald Trump sobre o encontro com o líder norte-coreano Kim Jong Un focada no tema da desnuclearização e que terminou abruptamente ontem em Hanói.
Na tradução simultânea em inglês ou coreano (RR hangugeo, a língua oficial da Coreia), nenhum acordo foi fechado desta vez, mas suas respectivas equipes esperam se encontrar no futuro na informação oficial da Casa Branca, acrescentando que “os dois líderes discutiram diversos meios para avançar a desnuclearização e conceitos econômicos”. Melhor esperar sentado até ver para crer.
Já o ditador venezuelano Nicolás Maduro deve andar com saudades da época dos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Lula, por exemplo, chegou a dizer na época não querer interferir em um assunto interno da Venezuela, mas acrescentou “não posso deixar de dar meu testemunho sincero. Maduro presidente é a Venezuela que Chávez sonhou”.
Quem discorda e pode ajudar o sonho a tornar um pesadelo para os petistas é o presidente Jair Bolsonaro (PSL) que tratou com pompas o oposicionista Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino venezuelano: “Não quero interferir em um assunto interno da Venezuela, mas não posso deixar de dar meu testemunho sincero. Guaidó presidente é a Venezuela que Chávez sonhou”.
E, além de condenar Maduro por recusar a ajuda humanitária oferecida, o presidente Bolsonaro fez questão de ressaltar: “Faço mea culpa dos presidentes do Brasil que foram em parte responsáveis pelo regime ditatorial”. Leia-se, Lula e Dilma, óbvio.
Tempo quente
Logo depois da abertura e logo em seguida o encerramento da reunião na Comissão de Educação, por falta de quórum, o tempo esquentou na tarde ontem na Assembleia Legislativa (ALMG). Os deputados voltaram para o plenário, alguns deles debaixo de vaias dos professores presentes. Manifestantes, nas galerias, soltaram xingatórios contra o deputado Coronel Sandro (PSL) quando ele começou a falar que apoia a educação no Brasil “não da forma como desejam os aliados do governo petista”. Os mais exaltados gritavam para que ele ficasse “calado”.
Fim da sessão
Como sempre, bem ao seu estilo, o deputado Coronel Sandro não se intimidou e soltou o verbo: “Sou Bolsonaro, defendo a educação nos moldes em que ele está tratando, com seriedade e respeito”. A balbúrdia foi tanta que o deputado Gustavo Santana (PR) foi ao microfone e pediu ao presidente que comandava a sessão, Antonio Carlos Arantes (PSDB), para encerrar a reunião. Foi atendido de pronto. Afinal, como manda o regimento da Casa, já que no plenário estavam presentes apenas oito parlamentares. Sem quórum não havia outra coisa a fazer.
Porto inseguro
Sem terra, sem causa, sem deixar de pular em cima do carro onde estava o ministro sem ambiente, Ricardo Salles, e sem educação na cerimônia comemorativa da concessão do Parque Nacional do Pau-Brasil em Porto Seguro (BA), ops sem porto seguro, diante das agressões. E com “uma vergonha”, como classificou Salles antes de levantar voo e decolar para Brasília para compromisso com o presidente Jair Bolsonaro. E tem ainda o ex-juiz Sérgio Moro, não em cima do muro, que tratou o caso como “atentado” contra servidor público no exercício da função.
Sem interferir
“É preciso impedir que o Estado faça intervenções indevidas no que as famílias entendem que é o melhor para elas.” A frase é do novo líder do PSC na Câmara Federal, Paulo Eduardo Martins (PR), um partido com uma bancada de oito deputados. Ele acrescenta que a redução do Estado brasileiro e o aumento da competitividade do Brasil no mercado internacional são as bandeiras da legenda. Para registro, o PSC é o partido do atual prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.
Sexta-feira?
Já na Câmara dos Deputados, em plena quinta-feira, teve até piada pronta. Quem presidia a sessão era Mauro Benevides Filho (PDT-CE). E não perdeu tempo ao anunciar: “Não havendo quórum regimental para a abertura da sessão, nos termos do § 3º do art. 79 do Regimento Interno, aguardaremos até meia hora para que ele se complete”. O horário: 14h. E pelo jeito voou para o aeroporto, já que às 14h28, quem presidia a sessão era Alexandre Frota (PSL–SP), que avisou: “Tendo persistido a falta de número regimental para a abertura da sessão, declaro que ela deixa de ser realizada”. E logo vem mais uma piada pronta: “E convoco sessão não deliberativa de debates para amanhã, sexta-feira (hoje), 1º de março, às 9h”.
PINGAFOGO
Em tempo: já no Senado, em 28/02/2019 (Quinta-feira) – índice da Ordem do Dia. Logo em seguida a informação importante. Atualizado em 27/02/2019 20:18:17. Isso mesmo, a ordem do dia atualizada era de quarta-feira. Os senadores nem abriram a sessão. Ficaram em casa.
Mais um: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong un, se encontraram, em Hanói, a capital e segunda maior cidade do Vietnã. É sempre assim, tem de ser em um país neutro, nem lá, nem cá.
A propósito, na outra Coreia, a do Sul, tem pelo menos uma boa notícia. O potencial do mercado sul-coreano para nove frigoríficos brasileiros a partir de agora pode chegar a US$ 189 milhões. É aquela história antiga da Carne Fraca, lembra?
Diante disso, só me resta ouvir um disco de Mick Jagger, aliás, sir Michael Philip Jagger (foto), e algumas músicas do Rolling Stones para relaxar e ficar por aqui na coluna. Um bom dia para todos. Com uma trilha sonora bem roqueira?