O vídeo com cenas obscenas compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi filmado na segunda-feira, durante o desfile do BloCU, no Centro de São Paulo. O bloco, que defende o respeito à diversidade, publicou declaração sobre a repercussão da publicação do presidente.
O BloCU lamentou que “o atual presidente do Brasil tenha escolhido, de forma irresponsável e indecorosa, um fato isolado sobre o carnaval de 2019 para postar em suas redes sociais”.
A nota também afirma que nenhum problema de segurança ou ofensa foi reportado durante o transcurso da festa. Segundo o grupo, a atitude de Bolsonaro “incita o ódio à comunidade LGBT+ e desmerece a voz das ruas na maior e mais importante festa brasileira, o carnaval, uma manifestação política por natureza e vitrine cultural da primeira economia da América do Sul”, diz a nota.
O BloCU lembra que o Brasil é o país que mais mata a população LGBT no mundo e informa que a missão do bloco é propagar o respeito às diferenças, repudiando toda forma de intolerância.
O BloCU também desfilou em Lisboa (Portugal), no sábado, dia 2. O desfile foi chamado de cortejo-manifesto "pelo direito às ruas e pela tolerância, contra fascismo, homofobia e todo tipo de discriminação".
No vídeo repercutido por Bolsonaro, dois homens, em cima de um ponto de ônibus, aparecem fazendo gestos escatológicos e obscenos. Um deles urina sobre o outro, numa prática conhecida como “golden shower”, na tradução, chuva dourada. Trata-se da excitação sexual associada ao ato de urinar.
O presidente, junto da publicação, diz que não se sente "confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro". Bolsonaro foi alvo de uma série de críticas e protestos durante o carnaval em todo país.