Brasília – Líderes de partidos na Câmara criticaram a articulação do governo, que tenta negociar cargos com o Congresso para aprovação da reforma da Previdência, e também deram sinais negativos sobre a aprovação da PEC, refutando declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que faltariam poucos votos para passar a medida.
O líder do PRB, Jhonantan de Jesus (RR), afirmou que, do jeito como está posta hoje, seu partido votaria contra a PEC. “Não há base ainda para aprovar a Previdência. Há apenas os votos do PSL”, disse. Ele insinuou também que o partido espera saber a quais cargos terá direito para avançar nas tratativas sobre a proposta.
O líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), por sua vez, classificou como “escandalosa” a tentativa do governo de negociar cargos para aprovar a Previdência.
Ele criticou também a PEC do Pacto federativo. Para ele, a medida pode comprometer a destinação de recursos para áreas como saúde e educação. Já o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), disse que seu partido é a favor da Previdência, mas que há uma questão fechada sobre o BPC.
Os tucanos não querem que haja mudança nas regras e reforçou que o impacto fiscal previsto para esse ponto é praticamente nulo.
Novato na ccj Confirmado pela líder do governo na Câmara, Joice Hasselmann (PSL-SP), para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o deputado federal Felipe Francischini (PSL-PR) até agora não se mostra engajado na defesa da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência apresentada pelo governo.
Filho do ex-deputado Delegado Franceschini, um dos líderes da campanha de Jair Bolsonaro à Presidência, o parlamentar de 27 anos terá um papel relevante na tramitação da proposta, uma vez que comandará a mais importante comissão da Casa.
Favorável à reforma da Previdência e defensor da redução do tamanho do Estado, o deputado, em uma das poucas publicações feitas sobre o tema, foi ao Instagram em 15 de fevereiro.
Ali, Francischini aparece ao lado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e comenta no texto da postagem: “A reforma da Previdência é a principal pauta que debateremos neste semestre”. Segundo Francischini, há de se “construir um texto que ajude o Brasil a retomar o controle das contas públicas”.
Eleito com mais de 241 mil votos, Felipe Franceschini foi o segundo candidato mais votado à Câmara Federal pelo estado do Paraná. Ficou atrás do Sargento Fahur (PSD-PR), que recebeu 314.963 votos.
Antes de ser eleito para a Câmara, foi deputado estadual na Assembleia Legislativa do Paraná, onde defendeu projetos de lei como o que obriga pet shops e clínicas veterinárias a reportar casos de maus-tratos a animais, o que prevê a liberação de cobrança de pedágio a motoristas que ficarem em filas de praças de pedágio, e o que proíbe escolas e universidades particulares de cobrarem alunos que requisitam provas substitutivas.
Nas redes sociais, o deputado Francischini se mostra um político declaradamente conservador nos costumes e liberal na economia. Em vídeos publicados em sua conta no YouTube, há defesa da criminalização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), feita em conjunto com o presidente Bolsonaro, e críticas ao fundo eleitoral, ao qual Francischini não recorreu durante sua campanha ao Congresso – mais de 80% dos R$ 238 mil arrecadados foram viabilizados por doação do pai (R$ 146 mil) e por financiamento próprio (R$ 50 mil).
militares O secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, disse que o projeto que reforma a Previdência de militares está praticamente pronto e será enviado dentro do prazo estipulado pelo governo, em 20 de março. Ele afirmou que será enviado um só projeto para tratar de cinco leis e que não haverá fatiamento. “Estamos respeitando o cronograma que fizemos desde o início. Não há nenhum problema, estamos apenas fazendo ajustes necessários”, afirmou, após se reunir com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.