O depoimento de Dilma
É claro que os advogados orientaram direitinho o que ela deveria falar, ou melhor, o que não deveria falar. Afinal, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) prestou depoimento como testemunha de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por videoconferência, o script já estava todo arrumado. Ela falou lá de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, onde mora.
Só que o assunto tratava de casos envolvendo os incentivos a montadoras de veículos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste com direito, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a receber propina em troca do favorecimento às fábricas de veículos.
É claro que o advogado Cristiano Zanin, um dos mais caros do país, fez várias perguntas levantando a bola para Dilma Rousseff chutar. Basta uma feita por ele: a senhora nunca presenciou nem teve conhecimento de ofertas e vantagens indevidas? A ex-presidente respondeu: “Não, nunca tive”.
Em seguida, acrescentou: “Nunca tive nenhum conhecimento disso. Até porque, se tivesse, tinha sido minha obrigação deportar para as autoridades competentes. Jamais tive conhecimento disso, jamais. E também não acredito muito que tenha havido”.
Já chega de Judiciário. Afinal, já basta a polêmica em torno da Operação Lava-Jato. Se há desavenças entre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), já basta por hoje. Se tem Caixa 2 no meio do caminho, melhor esperar o Caixa 3, o Caixa 4 e por aí vai.
Afinal, “Já está combinado com o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) e comigo para os militares se despreocuparem. O projeto de lei dos militares só será votado após a votação da reforma da Previdência”. A frase é do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-PI).
Por fim, a frase do ano já foi feita e veio em latim do próprio presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, diante de “infrações revestidas de animus calumniandi, diffamandi e injuriandi”. Ele acrescenta ainda que as tais infrações atingem a “honorabilidade e a segurança” da mais alta corte de Justiça do país.
Acrescentou ainda o que tem repetido em outras declarações: “Não existe Estado democrático de direito sem Judiciário independente e imprensa livre”. Quem vai conduzir o inquérito criminal como relator será o ministro Alexandre de Moraes.
O jeito Kalil
Enquanto as disputas com os prefeitos provocam um desgaste contínuo ao governador de Minas, Romeu Zema (Novo), o chefe do Executivo de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), continua conduzindo o seu mandato com desenvoltura – e de maneira própria. Conseguiu consolidar sua base política na Câmara dos Vereadores sem perder o estilo outsider. E ainda, de vez em quando, surpreende o eleitor nas redes sociais com declarações incisivas, sem papas na língua, que alguns aliados chamam de “o jeito Kalil” de ser..
Fila bancária
O deputado Bartô (Novo) vai conversar com cidadãos no meio da avenida Afonso Pena, perto da Rua Espírito Santo. O motivo, já que ele preside a Comissão de Defesa do Consumidor e Contribuinte da Assembleia Legislativa (ALMG), é levar informações aos cidadãos e usuários de serviços bancários e instituições financeiras. Afinal, ele argumenta que de acordo com dados apresentados no Relatório de Atividades 2018 do Procon Assembleia, cerca de 23% das demandas atendidas pelo órgão refere-se a essas instituições. Ah! Será hoje.
Dia apropriado
O convite do presidente da Assembleia Legislativa (ALMG), Agostinho Patrus, não poderia deixar de ser em um dia mais que apropriado, o da Política Estadual dos Atingidos por Barragens e outros Empreendimentos (PEAB).
Em Brasília
“Ao plenário: Sessão Não Deliberativa Solene de 14/03/2019. Homenagem às Vítimas, aos Militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e demais Profissionais que Socorreram e Resgataram as Vítimas do Desastre de Brumadinho”. Total de Presentes Minas Gerais: 45 – mas não se iluda muito tanto assim. A sessão teve vários mineiros na tribuna discursando ao microfone.
Ao aeroporto
Em pouco tempo, já que o prazo era limitado, embora a maioria dos oradores tenham pedido “só mais um minuto, presidente”. Mas o que interessa de fato é que entre os 45 deputados mineiros que registraram presença, pode escrever, muitos saíram de fininho em direção ao aeroporto. Falar na tribuna, que nada! Melhor não perder o voo para casa. Ou seja, caso pensado. Passagem já marcada.
PINGAFOGO
A Mesa Diretora da Asembleia Legislativa (ALMG) aprovou ontem a criação da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras. Quem vai presidir é o deputado João Leite. O detalhe é que ela estava funcionando de forma precária.
A vigência da comissão será de um ano, só que pode durar mais, por ser possível renovar por mais um. O que vai começar logo é o debate sobre as potencialidades do transporte ferroviário de cargas e de passageiros e colocá-lo nos trilhos.
O Ministério Público Federal no Distrito Federal denunciou, ontem, Joesley Batista, Guido Mantega, Antonio Palocci, Luciano Coutinho, Victor Sandri e mais sete pessoas por fraudes que causaram prejuízos de R$ 1,6 bilhão no Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).
Uai, e daí. Um processo a mais, outro a menos, que diferença faz na lista que é encabeçada por Joesley Batista. Para que fique claro, é aquele comandante da Odebrecht, para ficar em apenas um detalhe.
Sendo assim, o melhor a fazer é encerrar por hoje. Tem dia que dá medo de fazer a conta de quanto nossos nobres contribuintes que pagam esta corrupção toda. Ainda mais em temporada de fazer a declaração de renda.
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