Embora o governo calcule certa vantagem na votação da emenda constitucional da reforma da Previdência, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), disse ontem que o mais provável é que a comissão vote a admissibilidade da proposta em 3 de abril, e não mais no fim de março, como desejava o Palácio do Planalto.
Para especialistas, a mudança de data pode empurrar a análise em plenário para o segundo semestre, situação que o Executivo não deseja. Estrategistas do governo acreditam que o projeto tenha, ao menos, 20 votos a mais que os 308 necessários.
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Para minimizar o desgaste, Felipe Francischini conduziu ontem a primeira reunião na CCJ e recebeu alguns líderes partidários. O deputado não colocou na pauta da comissão o requerimento de convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentado pela oposição, para explicar a proposta.
Tentando evitar conflitos, Francischini deu prazo para que a oposição negocie com o governo um entendimento sobre a convocação do ministro.
A ideia é mudar a convocação para convite, o que evitaria constrangimentos para Guedes.
Líderes governistas querem transformar o pedido da oposição em convite porque, caso uma convocação seja aprovada, o ministro seria obrigado a comparecer ao colegiado, sob o risco de poder ser conduzido coercitivamente e punido por crime de responsabilidade. O requerimento de convocação foi apresentado na semana passada, quando o colegiado foi instalado, pelo líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).
Nomes
Felipe Francischini deve indicar o relator da reforma no colegiado ainda nesta semana, logo após o Congresso receber o projeto que muda a aposentadoria dos militares. “Farei na quarta-feira, dependendo do horário, ou na quinta”, afirmou. Ele ainda está avaliando nomes, mas já é certo que o relator não deve ser um deputado de primeiro mandato nem da oposição ou do partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL.