Jornal Estado de Minas

Trump diz que apoia entrada do Brasil na OCDE, mas EUA quer o país fora da OMC

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou agora há pouco, em encontro com Jair Bolsonaro (PSL) na Casa Branca, em Washington, que é favorável à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. “Estou apoiando os esforços deles para entrar”, declarou Trump à imprensa durante a reunião. 
 
O órgão é uma cooperação entre países para políticas econômicas que guiam os membros e, para que uma nação seja aceita, é preciso que várias medidas liberais sejam aplicadas à economia dela. Em contrapartida, os membros da OCDE recebem um selo que costuma atrair investimentos para o país. 

Apesar disso, há uma contrapartida para que os Estados Unidos apoiem a entrada do Brasil na OCDE. De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o representante de Comércio norte-americano, Robert Lighthizer afirmou que o país precisa “sair do grupo dos favorecidos da OMC” e que “não tem troca”. “Ele fez essa exigência. Eu fiz o meu pedido: ‘Me ajuda a entrar na primeira divisão’. E ele respondeu: ‘Me ajuda a limpar a segunda divisão'”, explicou o ministro em conversa com o Blog da Denise, do Correio Braziliense. 


Encontro


O presidente Jair Bolsonaro chegou por volta das 13h, desta terça-feira (19/3), pelo horário de Brasília, à Casa Branca, em Washington, onde se reune com o seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump. A agenda do presidente dos Estados Unidos indica que o almoço de trabalho entre os dois vai ter início às 13h25 (de Brasília, 12h25 de Washington).
O evento é fechado a jornalistas. Mais tarde, às 14h45 (de Brasília), Bolsonaro e Trump participam de uma declaração à imprensa.

Na chegada, os dois trocaram camisas das seleções de futebol dos dois países. Donald Trump destacou o bom momento que as relações Estados Unidos-Brasil estão passando ao receber seu colega brasileiro Jair Bolsonaro da Casa Branca. "O Brasil e os Estados Unidos nunca estiveram mais próximos do que estamos agora", declarou Trump a Bolsonaro ainda no Salão Oval.
 
Bolsonaro terá uma conversa reservada, de cerca de 20 minutos, com Trump, da qual participarão apenas os dois e os intérpretes. Em seguida, haverá um encontro ampliado com as comitivas brasileira e norte-americana, no Salão Oval. Ao final, nos jardins da Casa Branca, Bolsonaro e Trump farão uma declaração à imprensa. Há a previsão de entrevista coletiva com direito a quatro perguntas, das quais duas feitas por jornalistas americanos.

Venezuela

 
Trump, reafirmou que avalia "todas as opções" para forçar a saída do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cujo mandato é desconhecido como resultado de eleições fraudulentas.
"Todas as opções estão na mesa", disse Trump a repórteres na Casa Branca. 

"É uma pena o que está acontecendo na Venezuela", acrescentou ele ao receber o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, outro feroz crítico de Maduro. 
 

 'Os EUA estão contigo!'

 
A Casa Branca antecipou um relançamento das relações bilaterais desde a eleição de Bolsonaro em outubro passado. E, para isso, aposta na relação pessoal entre ambos."Os dois vão se dar muito bem", garantiu Bolton, que visitou o Brasil para se reunir com Bolsonaro em novembro.

Trump não hesitou em confirmar seu apoio minutos após a posse de Bolsonaro em 1º de janeiro: "Os Estados Unidos estão contigo!", tuitou. "Realmente haverá um eixo Norte-Sul das duas maiores economias do hemisfério ocidental", disse à imprensa um funcionário de alto escalão do governo Trump, para quem a vitória de Bolsonaro "rompeu muitos tabus" sobre a influência dos Estados Unidos na região e na esquerda.

"Vou abrir meu coração"

 
Bolsonaro disse que a conversa entre ambos se baseará, em grande medida, no processo de ajuda mútua. "Temos muito em comum", disse Bolsonaro na segunda-feira à noite à rede Fox News. "Estou disposto a abrir meu coração para ele e fazer o que for em benefício tantos dos brasileiros como dos americanos", afirmou.

O Brasil deseja ingressar na OCDE, um clube de ricas democracias. E Washington fará todo o possível para ajudar, disse esse funcionário do governo americano, que pediu para não ser identificado. Segundo a imprensa local, os Estados Unidos também poderão conceder ao Brasil o status de "aliado preferencial fora da Otan". Isso abriria as portas para tecnologia, cooperação e recursos de defesa.

Além das novidades esperadas no plano agrícola e comercial, "a Venezuela certamente será parte da discussão", em particular pelo bom vínculo entre os militares venezuelanos e brasileiros, disse a mesma fonte ouvida pela AFP.
A crise venezuelana também estará no centro da agenda, quando Bolsonaro se reunir, nesta terça, com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.
 
Com informações da Agência France Press, da Agência Brasil, Agência Estadon e do Correio Braziliense


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