O ex-presidente da República Michel Temer (MDB) foi preso em sua casa, em São Paulo, na manhã desta quinta-feira (21), pela força-tarefa da Lava-Jato, no Rio de Janeiro. Os agentes da Polícia Federal também prenderam Moreira Franco (MDB), ex-ministro de Minas e Energia de Temer e ex-governador do Rio de Janeiro. Ele foi preso na capital fluminense.
O ex-presidente Michel Temer responde a dez inquéritos na Justiça. Cinco deles tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF), abertos quando ele ainda era presidente daRepública. Ele tinha foro privilegiado em função do cargo que ocupava desde 2016, quando assumiu a presidência com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Esses cinco inquéritos foram encaminhados à primeira instância depois que Temer deixou o cargo.
Trata-se do segundo ex-presidente da República preso. Em abril do ano passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso em São Bernardo do Campo, em São Paulo, e transferido para a sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre prisão após condenação a 12 anos e um mês em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro.
Reação de Temer
O ex-presidente Michel Temer reagiu à prisão afirmando tratar-se de uma "barbaridade”, conforme o jornalista Kennedy Alencar, em sua conta no Twitter.
Também de acordo com Alencar, o ex-presidente disse ainda que estava a caminho do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, após ser preso preventivamente, por tempo indeterminado, pelo juiz federal Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro. Temer foi levado em um avião da Polícia Federal para a capital fluminense.
%u201CBarbaridade.%u201D Assim reagiu o presidente Michel à prisão. Ele atendeu telefonema meu e confirmou que estava a caminho do Aeroporto de Guarulhos, acompanhado por policiais federais que cumpriam mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz federal Marcelo Bretas, do Rio.
%u2014 Kennedy Alencar (@KennedyAlencar) 21 de março de 2019
Motivo da prisões
As prisões do ex-presidente Michel Temer e Moreira Franco têm como base a delação de Lúcio Funaro.
No ano passado, Funaro entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) informações complementares do seu acordo de colaboração premiada.
Entre os documentos apresentados estão planilhas que, segundo o delator, revelam o caminho de parte dos R$ 10 milhões repassados pela Odebrecht ao MDB na campanha de 2014.