As prisões dos dois ex-presidentes ocorreram de formas distintas. Lula buscou amparo em seus apoiadores, enquanto Temer foi preso em casa. Embora houvesse expectativa que Temer pudesse ser preso, prisão ocorreu em apenas três meses depois que deixou a Presidência e perdeu o foro privilegiado.
A ordem de prisão de Lula foi expedida pelo juiz Sérgio Moro, em 5 de abril, mas os advogados do petista ainda tentaram reverter a prisão. Lula foi condenado a 12 anos de reclusão por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Também foi condenado pelos mesmos crimes na ação envolvendo o Sítio de Atibaia, totalizando 25 anos de pena.
Quando soube da condenação Lula deixou a sede do Instituto Lula, em São Paulo, e seguiu para o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). A operação foi acompanhada por multidão contrária à denteção. Milhares de pessoas estavam lá desde o julgamento, que foi que acompanhado pelo telão.
O juiz determinou que a prisão ocorresse em 17 horas após o anúncio da sentença, mas Lula se manteve em vigilia no sindicato dos metalúrgicos e se apresentou dois dias depois. Para evitar confronto com os apoiadores do petista, a Polícia Federal não cumpriu o mandado até que Lula tenha decidido se entregar. Lula foi preso e levado à sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre prisão após condenação em segunda instância.
Michel Temer responde a dez inquéritos na Justiça. Cinco deles tramitavam no Supremo Tribunal Federal (STF), abertos quando ele era presidente da República. Vice-presidente, Temer assumiu a presidência com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Cinco processos foram encaminhados à primeira instância depois que Temer deixou o cargo, perdendo o foro privilegiado. No momento da prisão, Temer estava em São Paulo e foi levado ao Rio de Janeiro.