A prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) foi decretada com base no suposto pagamento de propina pela Engevix, que tinha contrato com a Eletronuclear. O inquérito está nas mãos da força-tarefa da Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro. Mas não é o único. O emedebista é alvo de outos nove inquéritos, que tramitam no Rio, São Paulo e Brasília.
Cinco deles foram abertos no Supremo Tribunal Federal neste ano, autorizados pelo ministro Luis Roberto Barroso. Como perdeu o foro por prerrogativa de função ao deixar o cargo de presidente, os inquéritos foram remetidos para a primeira instância da Justiça.
Saiba quais são os 10 inquéritos envolvendo Temer:
Engevix
Em delação premiada, o dono da Engevix, José Antunes Sobrinho, afirmou que pagou R$ 1 milhão em propina a pedido do coronel João Baptista Lima Filho e do ex-ministro Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência da República). A Engevix e a Argeplan (que o Ministério Público alega ser de Temer) fecharam um contrato em projeto da usina de Angra 3.
Reforma em imóvel de Maristela Temer
Há indícios de crime de lavagem de dinheiro na reforma de imóvel da filha do ex-presidente. Orçadas entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, as aobras teriam sido custeadas pela Argeplan. A origem de R$ 1 milhão seria propina do grupo J&F, a pedido do então presidente a República.
Superfaturamento em obras do TJ paulista
As investigações apuram contrato entre a Argeplan e o Tribunal de Justiça de São Paulo avaliado em R$ 100 milhões para a construção de 26 fóruns no estado. Há indícios de superfaturamento e serviços não prestados.
Porto de Santos
Inquérito indica a existência de contrato fictício com a empresa Pérola S/A para a prestação de serviços no Porto de Santos. O valor é R$ 375 mil. Contrato entre Argeplan e a Fibria Celulose S/A Há suspeita de contrato irregular entre as empresas no valor de R$ 15,5 milhões. Também são investigadas 58 transações entre 2010 e 2015 entre a Construbase Engenharia LTDA e a PDA Projeto e Direção Arquitetônica, somando mais de R$ 17,7 milhões.
Odebrecht
A construtora teria pago mais de R$ 10 milhões a Temer, Moreira Franco e Eliseu Padilha (ex-ministro da Casa Civil). Em delação premiada, executivos da empreiteira afirmaram que o valor foi acertado em jantar no Palácio do Jaburu, em 2010.
Quadrilhão do MDB
O MPF acusa Temer de organização criminosa, junto com os ex-ministros Henrique Eduardo Alves (Turismo), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência), todos do MDB, e Rodrigo Rocha Loures, para cometer crimes contra empresas e órgãos públicos. O grupo teria recebido em propinas R$ 587 milhões.
Mala de dinheiro
A Polícia Federal filmou o ex-assessor de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, recebendo uma mala com R$ 500 mil das mãos de Ricardo Saud, ex-executivo da J&F. O MP alega que o dinheiro era propina para Temer.
Silêncio de Eduardo Cunha
A Justiça apura se Temer pagou pelo silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do operador Lúcio Funaro. O suborno teria sido comunicado por Joesley Batista a Temer, durante encontro no Palácio do Jaburu, em 2017. Em gravação obtida pela Justiça, o então presidente teria dito “Tem que manter isso, viu?”.
Decreto dos Portos
O MPF denunciou Temer por participação em esquema que favoreceu empresas específicas em um decreto do setor portuário. Empresários do grupo J&F afirmaram ter pago propina a políticos, totalizando R$ 32,6 milhões.