"É porque a gente recebeu ordens...", diz um policial federal, se aproximando do carro do ex-ministro de Minas e Energia e ex-governador do Rio de Janeiro, Moreira Franco (MDB), preso nesta quinta-feira pela força-tarefa da Operação Lava-Jato. O ex-presidente Michel Temer também foi preso durante a manhã, em sua casa em São Paulo.
Acompanhando Moreira Franco, uma assessora pede: "Não filma não, por favor". A solicitação não impede que policiais continuem a registrar a operação. Curiosos presentes no local também estavam com os celulares gravando, pelo menos até os agentes pedirem para que não sejam mais feitos os registros.
"Não, não, não, só a polícia. Não, isso é filme interno", alega um policial próximo do veículo.
"Senhor, não filma não, por favor", insiste o outro, que abordou o ex-ministro.
Moreira Franco comandou o Ministério de Minas e Energia no governo de Michel Temer. As prisões dos dois têm como base a delação de Lúcio Funaro.
No ano passado, Funaro entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) informações complementares do seu acordo de colaboração premiada.
Entre os documentos apresentados estão planilhas que, segundo o delator, revelam o caminho de parte dos R$ 10 milhões repassados pela Odebrecht ao MDB na campanha de 2014.