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Estado de Minas POLÍTICA

''Temer está triste e aborrecido'', diz advogado

Antônio Cláudio Mariz, que visitou o ex-presidente na sede da PF, no Rio, disse que a decisão de o julgamento do habeas corpus ser transferido para o colegiado não surpreendeu


postado em 22/03/2019 17:38 / atualizado em 22/03/2019 19:13

Antônio Mariz visitou ex-presidente, mas não é mais defensor de Temer por impedimento ético(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Antônio Mariz visitou ex-presidente, mas não é mais defensor de Temer por impedimento ético (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ex-presidente Michel Temer (MDB) está "triste e aborrecido" com a prisão, mas confiante de que vai conseguir liberdade no julgamento da próxima quarta-feira, 27, afirmou na tarde desta sexta-feira, 22, o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que deixou a sede da Polícia Federal no Rio às 16h15.

Oliveira foi advogado de Temer até dezembro passado, mas deixou a função por impedimento legal e ético, depois que pessoas anteriormente defendidas por Oliveira foram arroladas como testemunhas de acusação de Temer, como o doleiro Lucio Funaro, delator do ex-presidente. Desde então, a defesa de Temer foi assumida por Eduardo Carnelós, que está com Temer na sede da PF no Rio na tarde desta sexta-feira.

Segundo Mariz de Oliveira, a decisão do desembargador Ivan Athié de transferir para o colegiado o julgamento do habeas corpus não foi algo inesperado ou indicativo de que a prisão será mantida. "Não é algo inusitado, não surpreendeu nem aborreceu. Também não tirou a grande esperança de que ele vai ser libertado", afirmou o advogado.

"Achei que Temer está bem. Triste, aborrecido, mas com muita esperança na Justiça, e acha, como todos achamos, que o habeas corpus será deferido", avaliou Mariz de Oliveira. "Temer mandou lembranças à família, está com saudades da mulher, da filha, do filho", afirmou.

O advogado classificou a prisão como "absolutamente improcedente e desnecessária": "Não há um fato (diante do qual) se diga: é necessária a prisão do ex-presidente. A decisão se baseia em acusações a respeito das quais ele não foi ouvido, isso é algo absolutamente violento, inusitado. Em casa, antes de dar bronca, vocês perguntam ao filho: você fez isso? Aqui não", reclamou.

Mariz de Oliveira também refutou a acusação de que Temer seja líder de um grupo criminoso que atua há 40 anos, como afirmam os procuradores da República: "É uma afirmação ficcional, fruto de uma carga que se quer fazer contra ele desprovida de base fática e que denota essa falta de fatos reais. Você afirmar coisas jogadas ao léu, (dizer que alguém é) 'quadrilheiro', é porque não há fatos concretos", afirmou.

Apesar das críticas à prisão, o advogado afirma que Temer está sendo "muito bem tratado" na sede da Polícia Federal no Rio: "Os policiais estão dando a ele um tratamento digo, correto, de forma que não tem nenhuma queixa".

Ele gostaria de não ter sido preso, gostaria de sair hoje, mas a decisão para quarta-feira não é algo inusitado, algo que indique que ele não vai conseguir o habeas corpus.


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