A capacidade de mobilização dos caminhoneiros para a paralisação marcada para sexta-feira colocará à prova o poder de negociação do governo Bolsonaro. A categoria negocia ações por grupos de WhatsApp e promete parar em diversas regiões do país. Neste momento, porém, não são tão fortes quanto o movimento que sacudiu a gestão Temer em maio de 2018.
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Pelo WhatsApp, caminhoneiros preparam protesto Deputado eleito por atuação nas redes sociais ganha visibilidade com greve dos caminhoneirosVoz da greve dos caminhoneiros é terceiro mais votado para a Câmara em MinasAdesão a protesto de caminhoneiros é pequena; categoria mantém reivindicaçõesConversas pelo WhatsApp mostram embate político entre caminhoneirosNa véspera da mobilização deste sábado, caminhoneiros ainda estão divididos sobre movimentoCaminhoneiros estão divididos sobre greveCom ameaça de greve dos caminhoneiros, Petrobras freia reajuste de preço do dieselPetrobras anuncia 'cartão caminhoneiro' que permite comprar diesel com preço fixoCientista político da UnB, Lúcio Rennó concorda: “Se tiver a dimensão do que ocorreu com Temer, pode ter implicações muito graves para este governo, que se mostra pouco preparado e pouco organizado para adentrar em processos difíceis de negociação”.
Caminhoneiros reivindicam, principalmente, o cumprimento do piso mínimo no preço de frete e uma mudança no regime de reajuste do diesel, de diário para mensal.
Uma das principais lideranças do movimento de 2018, Wallace Ladim, o Chorão — já se reuniu com o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e com a diretoria da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) para tratar do tema —, é contrário ao movimento atual. Ele acredita que haverá paralisações pontuais, mas que a mobilização não será nacional. “Há insatisfação da categoria. Isso é fato.
Líder do grupo mineiro Caminhoneiro Brasileiro, Olívio Henrique Souza acredita que a adesão será maior até sexta-feira. “Durante a campanha, Jair Bolsonaro disse saber dos problemas da categoria. Não estamos pegando o governo de calça curta. Ele chegou a fazer postagens dizendo que se anteciparia a qualquer crise e daria uma resposta para a categoria, o que não está fazendo”, argumenta.
O Ministério da Infraestrutura informou que ouviu lideranças do setor na última sexta-feira. “O ministério apresentou uma minuta de programa (...) com foco em seis eixos: comunicação, regulação, social, desburocratização, fomento e cooperativismo. (...) O programa trará uma melhora ao setor rodoviário de cargas e aos profissionais que atuam no segmento”, diz..