A prometida economia com a reforma administrativa enviada pelo governador Romeu Zema (Novo) à Assembleia não só será menor do que a prometida como vai diminuir ainda mais. Um substitutivo apresentado ao Legislativo – e que foi motivo de discórdia nessa terça-feira (26) – cria cargos comissionados e reduz a economia de R$ 39 milhões para R$ 30 milhões. O texto dá mais poderes ao secretário-geral Igor Mascarenhas Eto e, nos bastidores, está sendo considerado um agrado a ele, principal nome do Novo no governo, que vem se tornando uma espécie de braço direito de Zema.
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O relatório do vice-líder do governo Guilherme da Cunha (Novo) apresentado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) com base em texto enviado por Zema cria o cargo de adjunto na Secretaria-Geral, que também ganha novas atribuições.
A vaga subordinada a Igor Mascarenhas Eto teria como destinatária a candidata a deputada federal pelo Novo derrotada nas urnas Luciana Lopes. Nos corredores da Assembleia, o agrado ao jovem homem forte do governo não foi bem aceito.
Além do cargo de adjunto de Igor, o substitutivo cria o cargo de consultor-geral com salário e status de secretário para cuidar da Consultoria Técnico-legislativa criada no projeto original. Na apresentação do texto, o relator Guilherme da Cunha admitiu que a nova proposta altera a redução do número de cargos comissionados proposta inicialmente.
Para o líder do bloco Minas Tem História, Sávio Souza Cruz (MDB), os deputados precisam de mais tempo para negociar mudanças na reforma. “O projeto entra na faixa constitucional (passa a ter prioridade para votação em plenário) na quinta-feira e na terça chega um substitutivo? Nunca foi feito assim, é tão urgente que na antevéspera de ser votado o governo manda substitutivo”, reclama. Sávio chamou o procedimento de “armadilha” e sugeriu que o governo retire o regime de urgência se quiser construir um consenso sobre o texto.
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