Jerusalém, Israel – O presidente Jair Bolsonaro deixou israelenses impressionados com sua mira, ontem, durante uma visita à Unidade de Contra-Terrorismo da Polícia isralense, que foi fechada à imprensa brasileira, mas repercutiu nos jornais locais.
Ao ser questionado sobre o desempenho do presidente, que acertou todos os tiros, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, comentou: “O que eu quero dizer é que não fiquem na frente do presidente”, disse o porta-voz, nesta terça-feira (02/04), a jornalistas. “Ele acertou as sete bolas que estavam lá paradas e não errou nenhum tiro. Realmente foi incrível aquilo. Ele tem uma segurança em relação a justeza do gatilho muito interessante”, acrescentou.
De acordo com Rêgo Barros, o presidente foi convidado pelas forças contra-terrorismo do estado de Israel. “Eles apresentaram suas capacidades técnicas e suas formas de ação. Um corpo muito bem preparado. O presidente foi também apresentado em campo a essas técnicas e às capacidades técnicas dos agentes. Foi numa dessas ocasiões ele teve a oportunidade de usar um dos fuzis que estavam disponibilizados para efetuar alguns disparos”, explicou.
Os jornais Yedioth Aharonoth (Últimas Notícias) e Israel Hayom (Israel Hoje) citam a visita de Bolsonaro, que chegou no domingo (31) a Israel e retorna ao Brasil amanhã.
Países árabes
Apesar das reações negativas no mundo árabe em torno do anúncio do escritório brasileiro de negócios em Israel, o porta-voz afirmou que o presidente está aberto a negociações com todos. “O presidente está disposto a receber qualquer diplomata de qualquer país com o qual nós tenhamos relações diplomáticas”, disse. “Por consequência, nós estamos preparados sim para recebermos diplomatas dos países árabes e do entorno, inclusive, porque temos relações de comércio que são muito intensas”, emendou.
Em relação às perdas comerciais que essa decisão política poderá impactar na balança comercial brasileira com países árabes, ele disse que é muito importante que as relações tenham “um amplo espectro de países”.
“Nós sabemos bem que as relações com os países árabes estão relacionadas à questão do ministério da ministra Teresa Cristina (Agricultura). Claro, nós temos como uma das nossas principais pautas do mercado de venda externa aquela área e, naturalmente, nós temos que, senão redirecionar, nós temos que azeitar esses processos”, afirmou.
“É um processo que vem sendo muito bem conduzido, e a ministra tem se mostrado uma técnica especialíssima. Foi uma grande aquisição do presidente Jair Bolsonaro. Ele acertou mais sete tiros nas bolas. Nós dizemos que é o 10 olímpico”, emendou ele, em alusão aos sete tiros dado ontem pelo presidente.
O porta-voz reforçou que o presidente já esboçou interesse em visitar um país do Norte da África no segundo semestre.
Polêmicas
Ao ser questionado novamente sobre os vídeos polêmicos sobre a ditadura veiculados no fim de semana, o porta-voz não comentou o assunto. “Esse é um assunto que já caracterizamos como encerrado. Esse é um assunto que não queremos comentar”, frisou.
Em relação aos ataques aos ministros do governo, principalmente os militares, feitos pelo escritor Olavo de Carvalho, o porta-voz evitou comentar o assunto. “O presidente Bolsonaro tem oficiais que estão na reserva e que participam do governo. Na ativa, o presidente tem o general Rego Barros”, disse.
“O que nós entedemos é que não existem militares e civis no governo. Existe um corpo preparado tecnicamente selecionado pelo nosso presidente com vistas ao futuro promissor do nosso país. Questões pessoais de ideólogos, eventuais pensadores, nós não comentamos”, completou. Segundo ele, o pensamento é expressão do Olavo de Carvalho. “O presidente não comentará isso por entender que se trata de uma exposição de ideia do Olavo de Carvalho”, completou.