Jornal Estado de Minas

'Vocês estiveram no poder e não tiveram coragem de mudar', diz Paulo Guedes em novo bate-boca na CCJ


O clima voltou a ficar tenso na tarde desta quarta-feira na audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que recebe o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ao ter a fala interrompida por críticas, Guedes reagiu contra parlamentares da oposição, especialmente do PSOL.

“Vocês estão há quatro mandatos no poder , por que não botaram imposto sobre dividendo, por que deram benefício para milionário, por que deram dinheiro para a JBS, por que deram dinheiro para o BNDES. Por quê? Vocês estiveram no poder. Nós estamos há três meses, vocês estiveram 18 anos no poder e não tiveram coragem de mudar. Não pagaram nada, não cortaram dividendos.”, afirmou, sob protesto e palmas dos presentes na sala onde ocorre a reunião.


O clima quente com gritos e troca de acusações ocorreu ainda por mais alguns instantes até que o presidente da CCJ deputado Felipe Francischini (PSL-PR) interferir e ameaçar encerrar a reunião.


Esse foi o segundo momento tenso da tarde de hoje na CCJ. Mais cedo, o bate-boca entre o ministro e os deputados ocorreu após Guedes fazer críticas aos opositores da proposta. “Se vocês fizerem como estão pensando e vocês embarcarem seus filhos, vão vê-los em situação como está atualmente o Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Minas Gerais”, afirmou Guedes.


A fala do ministro foi recebida com aplausos dos parlamentares governistas, enquanto representantes da oposição gritavam "Chile", em alusão aos problemas previdenciários pelos quais passam o país, citado como exemplo de sucesso por Paulo Guedes.

"O Chile tem quase o dobro da renda per capita do que o Brasil, acho que a Venezuela está melhor", ironizou.


O ministro então começou um bate-boca com deputados oposicionistas, principalmente com Henrique Fontana (PT-RS), a quem Guedes respondeu: "Deputado, fale mais alto do que eu".


Com os ânimos mais calmos, o ministro seguiu com as explicações e disse que cabe aos parlamentares determinarem a profundidade das alterações na Previdência. Mas que os caminhos adotadas resultaram em caminhos e soluções distintas. “Se a reforma for forte é possível pensar um futuro diferente para os seus filhos. Se for mais amena daqui quatro anos estarão aqui discutindo isso de novo”, analisou.


Na sequência, a reunião foi suspensa pelo presidente da CCJ a pedido de Paulo Guedes. “Eu preciso ir ao banheiro.

Estou aqui há sete horas e só bebendo água”. Os trabalhos foram suspensos por cinco minutos pelo deputado Felipe Franchiscini, presidente da comissão.

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