O presidente Jair Bolsonaro (PSL) admitiu, na manhã desta sexta-feira, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, que não está satisfeito com a gestão do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. "Não está dando certo", afirmou o presidente.
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Perguntado sobre o desempenho do ministro, o presidente se calou. Preferiu destacar as qualidades pessoais de Vélez. Para Bolsonaro, o ministro "é uma boa pessoa, de coração grande, bom para conversar."
Gestão
O ministro Ricardo Vélez Rodrigues está na corda bamba desde que entrou em rota de colisão com Olavo de Carvalho, reconhecido 'guru' do presidente, e militares que ocupam postos chaves no governo federal.
O descrédito de Vélez está relacionado a declarações polêmicas, entre elas a obrigatoriedade da execução do hino nacional nas escolas de ensino fundamental e médio, ideia da qual ele acabou voltando atrás; a frase de que as universidades públicas "não são para todos"; a de que brasileiros 'viajando são canibais"; a de querer colocar em livros didáticos patrocinados pelo MEC slogan de campanha de Bolsonaro, o que é vetado em lei; e a proposta de revisar livros didáticos que abordam o golpe de 64.
O caso mais ruidoso, no entanto, aconteceu durante sabatina na Câmara dos Deputados, na quinta-feira passada (27), quando a deputada Tabata Amaral (PDT/SP) perguntou ao ministro, depois de uma crítica enfática à gestão dele: "Cadê os projetos, ministro?".
Em apenas três meses de gestão, 14 pessoas do primeiro escalão foram demitidos do MEC. Um dos exonerados, o dirigente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Marcus Vinicius Rodrigues, deixou o cargo ''atirando" contra o ministro, acusado de ser "gerencialmente incompetente" e "não ter controle emocional"..