O presidente Jair Bolsonaro (PSL), disse nesta sexta-feira que o essencial na reforma da Previdência é o teto do benefício e o tempo de serviço para a aposentadoria. "Se introduzir mais coisas, vai ser complicado", afirmou o presidente.
A declaração, em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, acontece um dia depois de ele se reunir com lideranças de seis partidos para discutir a aprovação das mudanças nas regras da aposentadoria no Congresso Nacional.
Bolsonaro reiterou que nessas reuniões - com o PRB, PSD, PP, PSDB, DEM, MDB-, a troca de apoio por cargos não foi discutida. "Não se falou a palavra cargos", destacou o presidente.
Para Bolsonaro, o resultado dos encontros com as lideranças partidárias foi muito positivo. "Até com o (Geraldo) Alckmin, que me deu muito mais que caneladas, foram agulhadas durante a campanha", disse o presidente, se referindo ao ex-governador de São Paulo, presidente nacional do PSDB, e adversário dele nas eleições de 2018.
Bolsonaro disse também que quer atenção de seus auxiliares para os pedidos de deputados e senadores. "Às vezes, são pedidos simples, como a verificação de um determinado processo", afirmou.
Capitalização
Bolsonaro admitiu que o regime de capitalização - com contribuição apenas do empregado -, poderá ser analisado posteriormente pelo Congresso. Também presente ao café da manhã, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou que o sistema de capitalização pode ficar para um segundo tempo.
O tema foi um dos mais polêmicos na sabatina do ministro da Economia, Paulo Guedes , na quarta-feira (3), realizada na Comissão de Constituição e Justiça, que analisa a admissibilidade da proposta do governo de reformar a Previdência. O encontro do ministro e dos parlamentares acabou em bate-boca.