Principal responsável pela articulação que levou ao fechamento de um acordo de R$ 7 bilhões entre o governo de Minas e centenas de prefeitos, o secretário de governo Custódio Mattos (PSDB) negou nesta sexta-feira (5) que o governador Romeu Zema (NOVO) tenha se rendido ao que chama de velha política.
“Em primeiro lugar, não estou no governo por ser do PSDB e nem foi o PSDB que me indicou. Estou no governo porque fui convidado em termos pessoais pela minha experiência política, técnica e administrativa e poderia portanto ser útil ao governo nessa interlocução”, disse.
Custódio Mattos atuou nos bastidores nas conversas com a Associação Mineira de Municípios para abrandar a queda de braço entre os prefeitos e o estado. Os municípios queriam que R$ 1 bilhão retido por Zema em janeiro deste ano fosse pago até dezembro. O estado conseguiu, com o esforço do ex-presidente do PSDB, contornar a situação e começar os pagamentos dos recursos de ICMS, IPVA e Fundeb retidos só a partir do ano que vem.
Diferentemente de Zema, que critica frequentemente a “velha política”, o secretário de governo refutou esse conceito. “Não existe velha ou nova política, existe uma política correta de acordo com o interesse público”, disse. Custódio disse estar de acordo com a orientação do governo e que todos estão conscientes de que vão tirar da “boa política” os resultados que o estado precisa.
Tucanos no governo
Além de Custódio, o governo Zema recorreu à ex-secretária de Planejamento e Gestão no governo do PSDB, Renata Vilhena, para formular a reforma administrativa que enviou ao Legislativo.
Na Assembleia, o líder de governo de Zema é o deputado tucano Luiz Humberto Carneiro, que também ocupou a função no governo Anastasia, e na liderança do bloco da base governista está o deputado Gustavo Valadares (PSDB).
Crise na Assembleia
Custódio Mattos minimizou as dificuldades do governo na Assembleia Legislativa. Por falta de acordo, a reforma enviada por Zema à Casa chegou ao plenário sem que os governistas conseguissem aprovar pareceres em nenhuma comissão. Na plenário, o texto já recebeu mais de 100 emendas com propostas de modificações dos deputados, que criticam vários pontos do projeto do Executivo.
“O importante para nós é o desfecho.
“Vamos respeitar plenamente o resultado que sair de lá. Como em qualquer processo estamos tentando fazer prevalecer o ponto de vista do Executivo, mas sempre com uma posição de respeito à função do Parlamento que representaram o povo. Temos a expectativa que agora que já está no plenário em poucas semanas tenhamos resultado concreto da votação”, disse..