Jornal Estado de Minas

Kalil pede a deputados que incluam verba para BH nas emendas impositivas


O prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PHS) aproveitou a aprovação da PEC que estabelece a obrigatoriedade do pagamento das emendas apresentadas pelos deputados federais ao orçamento da União e pediu, nesta segunda-feira, aos parlamentares mineiros que destinem parte da cota de R$ 260 milhões a que terão direito à saúde de Belo Horizonte. 


“Claro que não quero só para Belo Horizonte, porque todos têm suas bases, mas na parte de saúde, que é inclusive obrigatória, uma boa parte tem que vir para quem atende quase 70% da população de Minas Gerais”, disse.

Em reunião na sede da administração municipal, ele pediu união para que os deputados estaduais deixem de ser “achincalhados”.

“Chega de Minas Gerais não ser protagonista do país. Os deputados precisam parar de ser achincalhados por falta de mesa para sentar, eles tem de ser protagonistas na ajuda de Belo Horizonte, que é a célula master da saúde”, afirmou o prefeito. Kalil disse que a bancada mineira da época (1996) viu a Lei Kandir “atropelar” o estado, com a perda dos recursos de ICMS com a isenção das exportações de produtos industrializados.

Kalil disse focar o pedido no orçamento federal porque o estado está “falido”. De acordo com o prefeito, o governo de Minas deve R$ 650 milhões a Belo Horizonte. Destes, R$ 50 milhões foram retidos já na atual gestão pelo governador Romeu Zema na área da saúde.


“O Estado está falido. Por uma questão de bom senso e mínimo de inteligência mediana, temos de buscar o recurso onde tem para buscar, que é o governo federal”, afirmou. O prefeito disse que os deputados federais foram sensíveis e prometeram ajudar.

A informação de que os parlamentares vão colocar recursos para a saúde de BH foi confirmada pelo coordenador da bancada, deputado Diego Andrade (PSD), que também defendeu a união do grupo.

 O parlamentar, no entanto, também levou uma demanda dos deputados: pediu que o prefeito reforce o time no pedido ao governo federal para obras no metrô. A bancada vai pedir ao governo federal que coloque recursos para obras no trem de superfície da capital como contrapartida à renovação dos contratos de ferrovias no país, que inclui a Vitória-Minas (EFVM).

De acordo com Andrade, Kalil aceitou o convite para participar de reunião dos parlamentares com o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas na quinta-feira. O grupo também vai conversar com o ministro do Desenvolvimento Regional Gustavo Canuto e tenta uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro.


Desde o início do ano, a bancada havia pedido um encontro com o presidente mas ele  ainda não ocorreu. “Vamos reforçar esse pedido que já fiz ao presidente, de receber toda a bancada de forma organizada e já com os ministros informados dos nossos pleitos”, disse.

Andrade afirmou que a bancada mineira pretende aproveitar que o governo precisa de apoio para a Reforma da Previdência para negociar as demandas.  “A extensão do metrô até o Barreiro já tem a linha do trem de carga que passa logo lado a lado, nada mais justo do que para renovar essa concessão a gente exija que essa concessionária que vai receber mais tempo execute essa obra”, disse.

Das ferrovias que terão as concessões renovadas, passam por Minas a Malha Sudeste, da MRS Logística, a Malha Centro-Oeste, da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e a EFVM, da Vale.  “O toma-lá-dá-cá que interessa é esse, da cá para o do Estado de Minas Gerais.”



 

Ausências


A reunião da bancada com Kalil teve 22 deputados presentes, mas a intenção do prefeito é continuar as conversas e incluir mais gente. O prefeito minimizou as ausências de parlamentares e disse que só chamou 50 dos 53. Ele não quis dizer quem não convidou, mas afirmou que as exclusões da lista foram “coisa pessoal”.

Entre os que não participaram do encontro está o agora deputado federal Aécio Neves (PSDB), com quem Kalil teve várias divergências durante a campanha que o elegeu prefeito de Belo Horizonte em 2016.

Diego Andrade disse que nem todos da bancada puderam comparecer por causa de percalços e que é raro fazer reunião com todos os 53, mas que em Brasília a presença tem sido maciça. O coordenador da bancada não soube dizer quais deputados não foram convidados.