Jornal Estado de Minas

Deputada diz ter sido ameaçada de morte pelo ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio


A deputada federal Alê Silva (PSL-MG) afirmou que o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, presidente da legenda de Jair Bolsonaro em Minas, comandou esquema de candidaturas laranja nas eleições de 2018. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ela disse que o político a ameaçou de morte, informação que recebeu de correligionários.



A deputada prestou depoimento espontaneamente à Polícia Federal, em Brasília, na última quarta-feira, e pediu proteção policial. Ela comentou a denúncia neste sábado em sua página do Facebook:

“Ao iniciar minha vida pública, eu prometi que combateria a corrupção. Então, jamais poderia me calar diante de um foco de corrupção tão próximo de mim. Mesmo que o tal espaço tivesse sido dado para mim, podem ter certeza que a minha postura não teria sido diferente”, escreveu.

A advogada Alê Silva está em seu primeiro mandato e foi eleita com 48 mil votos. Moradora de Coronel Fabriciano, ela representa a população do Vale do Aço mineiro. Natural de Petrópolis (RJ), a deputada foi eleita com a proposta de “dar um basta na corrupção”. Embora filiada ao PSL, ela se considera uma pessoa apartidária.

A reportagem ligou para o celular do ministro Marcelo Álvaro Antônio, sem sucesso. O espaço está aberto para a manifestação dele.

Candidaturas laranja

Em fevereiro, a professora aposentada Cleuzenir Barbosa, candidata a deputada estadual pelo PSL nas últimas eleições, revelou que o partido promoveu um esquema de lavagem de dinheiro público em Minas Gerais.



De acordo com as declarações de Cleuzenir também à Folha de S.Paulo, em fevereiro, Marcelo Álvaro Antônio, então presidente do PSL em Minas, tinha conhecimento das operações e das chamadas candidaturas laranja por parte da legenda, que envolviam recursos do fundo partidário usando candidatas mulheres.

Cleuzenir, porém, diz não ter aceitado participar do esquema. Ela recebeu apenas 2.097 votos e hoje vive em Portugal. Disse ter deixado o Brasil por temor de retaliações por parte dos aliados de Álvaro Antônio.

De acordo com a reportagem, o PSL de Minas Gerais teve quatro candidatas no ano passado. Todas teriam apenas cumprido a cota 30% de candidaturas femininas e o dinheiro público destinado a elas acabou devolvido a assessores, parentes e outras pessoas ligadas ao atual ministro do Turismo.

A professora aposentada Cleuzenir teria sofrido pressão para devolver R$ 50 mil dos R$ 60 mil que recebeu do fundo eleitoral do PSL.

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