Brasília – Diante das dificuldades para aprovar a reforma da Previdência no Congresso, o governo estuda antecipar recursos que serão recebidos com o leilão de petróleo do pré-sal, marcado para 28 de outubro, para estados e municípios, se houver indicação de que as reformas da Previdência, já em tramitação, e tributária serão aprovadas.
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Guedes disse que só pode fazer “movimentos” de ajuda aos estados e municípios se tiver garantia de que a reforma será aprovada e que essa “engenharia política” é o que está em andamento no momento.
“Sem reformas, a União também está em dificuldades, e aí é um abraço de afogados, vai ajudar estados e municípios como?”, afirmou. “Estamos estudando isso e já guardando recursos da cessão onerosa para liberar caso a coisa indique que será tudo aprovado.”
O ministro disse que essa linha é paralela ao Plano de Reequilíbrio Financeiro, chamado de Plano Mansueto, que está sendo preparado pela Economia e que prevê aval do Tesouro Nacional para empréstimos dos entes em troca de ajustes nas contas.
Ele ressaltou que as previsões para os próximos 20 a 30 anos falam de até R$ 1 trilhão arrecadados com petróleo. “Daí a delicadeza desse assunto de preços da Petrobras. Na hora em que você tem os preços livres, os recursos vêm”, completou. Guedes repetiu que a ideia é repassar aos estados 70% dos recursos que serão arrecadados com o pré-sal nos próximos anos.
“Quando você aprova a reforma da Previdência, clareia o horizonte fiscal, você sabe que vai ter crescimento, sabe que o petróleo vai sair do chão. Aí podemos antecipar recursos”, completou.
Após a reunião com parlamentares, o secretário especial de Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, disse que o governo aceitou negociar alterações no parecer da reforma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Marinho, no entanto, evitou dizer que há acordo fechado sobre pontos específicos. O líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), chegou a anunciar que já havia acordo fechado para quatro pontos serem retirados do parecer do relator Marcelo Freitas (PSL-MG), o que foi negado por Marinho e pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO).
“Não existe meio acordo, conversamos em relação a alguns temas. Não dá para anunciar nem um tema. Só teremos acordo se for na sua integralidade”, disse Marinho, após a reunião.
O líder do PP havia dito que saíram do texto o fim da multa do FGTS, a exclusividade da Justiça Federal do Distrito Federal para julgar processos contra a União, a alteração da idade para aposentadoria compulsória no Supremo Tribunal Federal, e a condição para que só o Executivo faça mudanças no sistema previdenciário..