"Fala com o vereador que eu não sei de nada", disse Nadir Barbosa Goes, 70 anos, ao ser indagada se havia trabalhado no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Carlos Bolsonaro (PSC), vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Matéria publicada nesta sexta-feira pela Folha de S.Paulo revela que Nadir foi exonerada em janeiro deste ano, juntamente com outras oito pessoas, do cargo de oficial de gabinete, onde receberia salário de R$ 4.271 mensais.
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Queiroz diz a MP que 'gerenciava' salários para ajudar Flávio BolsonaroIrmã de milicianos assinava cheques em nome de Flávio Bolsonaro, diz 'Isto É'Nova investigação contra Flávio Bolsonaro é aberta na esfera criminalA Folha de S.Paulo também informa que flagrou Edir em casa, em uma segunda-feira, às 13 horas, e que na ocasião ele usava short e camisa da seleção brasileira. Ele estava em companhia da mulher Neula de Carvalho Goes, 66 anos, uma das nove pessoas exoneradas pelo vereador em janeiro deste ano, logo após a posse do pai como presidente da República.
Edir justificou que não precisa ir ao gabinete todos os dias, até porque "não há espaço físico" para abrigá-lo juntamente com os demais assessores do vereador. O salário mensal de Edir, segundo apurou a Folha de S.Paulo, é de R7.386.
O chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, Jorge Luiz Fernandes, negou que Nadir e as outras oito pessoas exoneradas recebiam salários da Câmara do Rio sem trabalhar. Asssessores parlamentares em todo o País têm a prerrogativa de trabalhar nas bases eleitorais de seus assessorados sem precisar ir aos gabinetes.
De acordo com Fernandes, esses nove funcionários exonerados eram responsáveis pela correspondência do vereador com a base eleitoral dele. "Imagina entregar 200 mil correspondências", justificou à reportagem o chefe de gabinete. Segundo ele, esse expediente para entrar em contato com os eleitores foi substituído pelas redes sociais..