O Ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de empregar os generais do Exército do país no tráfico de drogas. A denúncia foi feita, ao lado do presidente, Jair Bolsonaro, durante transmissão ao vivo pelo Facebook, na noite desta quinta-feira.
“Esses generais foram aliciados e comprados por cargos que lhes dão salário muito maior e influentes na economia…. Além disso, (Maduro) empregou muito de seus generais no tráfico de drogas. Isso é terrível”, afirmou. Apesar das denúncias, no vídeo, o ministro não apresentou nenhum documento que comprovasse as acusações.
Além disso, Heleno descartou a hipótese de que o presidente autodelcarado do país vizinho, Juan Guaidó, teria perdido a disputa de poder com Maduro. Na terça-feira, Guaidó conseguiu o apoio de alguns militares de baixa patente na tentativa de pressionar a saída de Maduro do Palácio Miraflores. No entanto, os militares de alta patente não acompanharam o movimento e as manifestações no país perderam força nos dias seguintes.
“Não é fácil tirar do poder alguém eleito sem legitimidade e que resolveu aliciar seus generais , surpreendentemente, em torno de 2000 de forma totalmente inesperada, fora dos padrões”, argumentou. O ministro garantiu que o Grupo de Lima deverá se reunir nos próximos dias para analisar o que pode ser feito como forma de pressionar o governo venezuelano.
Além do Brasil, O Grupo de Lima conta com representantes do Peru, Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá e Paraguai. Os EUA também têm participado das reuniões do grupo.
Nesta quinta-feira, como forma de demonstrar que tem o apoio das forças armadas, Maduro se reuniu com 4,5 mil militares (dados do Governo da Venezuela). “Ninguém pode ter medo, é a hora de defender o direita à paz”, discursou na cerimônia.
Reflexo Econômico
Após a declaração do ministro, Bolsonaro comentou os reflexos da crise venezuelana no Brasil. De acordo com o presidente, com o caos no país vizinho, a tendência é que o preço internacional do petróleo suba ainda mais e afete os valores praticados no Brasil.
Ainda no assunto Venezuela, Bolsonaro afirmou que acredita que a “fissura” que chegou aos militares de baixa patente também deve chegar aos generais. “Faremos tudo o possível, dentro do nosso limite, para que a Venezuela volte a normalidade”, afirmou.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Liliane Corrêa