“Não temos Casa da Moeda em Minas. A única forma de fazer ajuste é com sacrifício.” Ao fazer um balanço dos 120 dias de governo em encontro com jornalistas na Cidade Administrativa na tarde de ontem, o governador Romeu Zema (Novo) defendeu a necessidade de tomar “medidas impopulares” para tentar equilibrar o cofre do estado.
Mesmo afirmando que foi eleito para “arrumar a casa, não para colocar culpa no governo anterior”, Zema reservou as maiores críticas à administração de Fernando Pimentel. Sem citar o nome do petista, o atual governador afirmou que seu antecessor “saqueou os depósitos judiciais”.
“Era uma das válvulas de escape. Não temos mais depósitos para levantar”, disse, antes de nova crítica: “O último governo não fez nenhum ajuste necessário. Estamos tendo de fazer no atacado o que ficou represado por anos”.
Zema acredita que, com uma equipe de secretários “selecionados pela competência e que está dando respostas”, será possível apresentar resultados concretos a partir do segundo semestre deste ano.
Para isso, ressalta, é preciso construir ambiente confiável para investimentos capazes de gerar renda e empregos: “Sou extremamente otimista: os resultados vão aparecer”.
Confira, a seguir, os principais pontos da entrevista do governador mineiro, que fez questão de defender a reforma da Previdência e ressaltar seu bom relacionamento com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe: “Estamos afinados com 99% das propostas do governo federal”.
Arrumar a casa
“Nós estamos aqui para arrumar a casa, não para colocar culpa no governo anterior. Saí de casa aos 16 anos e nunca levei problema para meu pai e minha mãe.”
Invasões
“Orientei a PM a resolver os problemas das invasões na origem. Se 10 pessoas invadiram, vamos levar para depor na delegacia. Sem invasão, a gente dá segurança para quem investe.”
Desordem
“Eu acredito no direito da manifestação. Sou contra a desordem.”
Voos oficiais
“Nunca na história do estado um governador teve tantos voos questionados. Antes, isso era acobertado durante o mandato, agora não. Mas os meus voos foram todos a trabalho, sem levar familiar. Só que as minhas viagens de carro ninguém anuncia, os voos todos anunciam. Ser transparente é um caminho sem volta.”
Quebradeira
“Não sei quantas empresas o governo anterior quebrou por não honrar compromissos.”
Tributação
“Não podemos ter o estado com a tributação mais complexa do Brasil.”
Parcerias
“Os governos federal e estadual não têm capacidade de investir em infraestrutura. Temos que avançar nas parcerias com a iniciativa privada. É melhor ter a (BR) 381 pedagiada do que sem pista dupla,
como está aí.”
Alinhamento
“O governo federal, tal como o nosso, também comete os seus erros. Mas a interlocução é a melhor possível porque o nosso discurso é muito alinhado: mais liberdade para o indivíduo, menos intervenção do Estado.”
Previdência
“A reforma da Previdência é legítima porque vai cobrar mais de quem ganha mais. O ideal é que inclua os estados para poupar 27 assembleias legislativas de fazer o mesmo trabalho.”
Resultados
“Penso que, já no segundo semestre, vamos começar a ver concretamente os frutos de algumas das nossas ações.”