Na véspera do fim de semana e um dia depois de instaurar a comissão procesante que vai analisar a denúncia de quebra de decoro contra o vereador Cláudio Duarte (PSL), os vereadores de Belo Horizonte resolveram adiantar o descanso e fizeram uma reunião “relâmpago”. Os trabalhos foram abertos às 15h, mas, por volta de 15h20, foram encerrados com a presença de apenas 17 parlamentares.
No plenário, o fato mais relevante foi a comemoração da criação da Comissão de Mulheres na Casa. “Este momento é algo de fato histórico. E isso aconteceu porque nos conseguimos desafiar a ideia de que as mulheres não caminham juntas”, comemorou a vereadora Bella Gonçalves (PSOL).
Na mesma linha, a presidente da Câmara também aplaudiu a existência do grupo de trabalho. “Esse é um dia de festa e extremamente importante para execrar o machismo do nosso meio”, disse. E pediu para os colegas ajudarem no processo de valorização das mulheres. “É de grande responsabilidade de vocês estarem junto com as mulheres nesta Casa elevando o valor da mulher”, comentou.
Comissão processante
Em relação a comissão processante, o presidente, vereador Coronel Piccinini (PSB), tem até cinco dias para iniciar os trabalhos. a defesa de Cláudio Duarte (PSL) terá prazo de 10 dias para apresentar defesa por escrito e testemunhas, contados a partir da notificação, que deve ser feita pelo presidente do grupo.
O parlamentar só será afastado se o pedido de cassação for aprovado por 2/3 - o que corresponde a 28 parlamentares já que a Casa está dos 40 dos 41 vereadores. O prazo para apresentação do relatório é de 90 dias.
Segundo a investigação da Polícia Civil de Minas Gerais, o parlamentar embolsou R$ 1 milhão desde janeiro de 2017, quando iniciou o mandato no Legislativo da capital. Um dos funcionários, com salário de R$ 11 mil, ficava com somente R$ 1 mil e repassava o restante a Cláudio Duarte.