O general da reserva Eduardo Dias da Costa Villas Boas, ex-comandante do Exército brasileiro (2015/2019), saiu em defesa, nesta segunda-feira, das Forças Armadas e de militares da instituição, alvos recorrentes do astrólogo e guru da família do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Em post em sua conta no Twitter, o general disse que as críticas de Carvalho estão relacionadas "ao vazio existencial" do também escritor e filósofo Olavo de Carvalho, comparado a Leon Trótski, líder de esquerda que atuou na primeira metade do século passado na ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URRSS).
De acordo com o militar, Carvalho usa as redes sociais para demonstrar 'total falta de princípios básicos de educação, de respeito e de um mínimo de humildade e modéstia".
%u2014 General Villas Boas (@Gen_VillasBoas) 6 de maio de 2019
Comunicação do governo
Por trás dessas críticas, está o alvo da vez de Carvalho, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro.
Santos Cruz está com o prestígio em baixa depois que o presidente mandou retirar do ar a propaganda do Banco do Brasil mostrando atores que representavam a diversidade racial e sexual do País.
Na prática, os rumos da comunicação do governo são motivo de disputa entre o núcleo militar e a ala ideológica – incluindo aí os filhos do presidente e o guru Olavo de Carvalho .
No Twitter, nesta segunda-feira, entre vários posts ofensivos contra Santos Cruz, Carvalho diz que o ministro " não é homem nem para ler o que eu escrevo, quanto mais para debater comigo. Só o que você sabe é fofocar, fazer intrigas bem escondidinho".
Além desse petardo, Carvalho também disparou contra o Ministério da Defesa: "Aviso aos bostinhas da página "Guerra Cultural": O oficial mais entusiasmado com o projeto do Ministério da Defesa, com quem discuti no Clube Militar do Rio, foi o coronel Luiz de Alencar Araripe".
"Trótski de direita"
Villas Boas comparou Carvalho ao ''verdadeiro trótski de direita', em alusão a Leon Trótski ( 1879/1940), líder revolucionário da ex- União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
"Não compreende (Olavo de Carvalho) que substituindo uma ideologia pela outra não contribui para elaboração de uma base de pensamento que permita soluções concretas para os problemas brasileiros", disse Villas Boas.