Advogado do ex-presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós afirmou nesta sexta-feira, 10, que há uma forte campanha e pressão contra magistrados por concessões de habeas corpus. Ele diz estar frustrado com a definição de que o pedido para tentar tirar o ex-presidente da prisão será julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) só na terça-feira, 14.
O ex-presidente se entregou na quinta, 9, à Polícia Federal em São Paulo. O pedido de defesa foi distribuído ao ministro Antonio Saldanha Palheiro.
Carnelós criticou a decisão do Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que cassou por 2 votos a 1 uma liminar que havia tirado Temer da prisão no Rio, quando foi detido preventivamente na Operação Descontaminação, um desdobramento da Lava Jato. A decisão do TRF-2 abriu caminho para a nova prisão do ex-presidente.
"Foi isso o fundamento principal adotado pela maioria no TRF-2 para restabelecer a prisão do ex-presidente Temer. Esse sentimento faz com que quando um magistrado concede uma liminar em habeas corpus, ele sofre ataques.
"Eles negaram o HC e disseram que 'ninguém aguenta a corrupção'. É claro que ninguém aguenta, mas o HC não se trata disso'. A prisão preventiva não pode antecipar um julgamento."
Para Carnelós, "estamos esquecendo princípios básicos da sociedade democrática. Estamos agindo como multidão ensandecida que quer ver gente presa.