São Paulo – O deputado federal Luiz Lima (PSL-RJ), um dos vice-líderes da legenda na Câmara, disse ontem que o partido dele vai “abraçar de vez” a bandeira da manutenção do Conselho de Controle de Atividades Fiscais (Coaf) nas mãos do ministro da Justiça, Sergio Moro. “Nosso compromisso com Moro está de pé”, disse o parlamentar, após painel do movimento RenovaBR, do qual ele faz parte. “A gente não pode permitir de forma nenhuma que o Coaf saia do Ministério da Justiça. Estamos juntos para não compactuar com a politicagem.”
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Coaf foi fortalecido com ida para a Justiça, diz MoroMoro: mudanças sobre quem Coaf deve monitorar são tema de consulta pública do BCUm dia após perder Coaf, Moro ganha afago discreto de BolsonaroLima criticou, ainda, as manobras de deputados do Centrão para tirar o Coaf da Justiça. “Nos foi colocado na mesa pelo Centrão duas opções: ou Coaf com Moro ou reforma da Previdência. Uma chantagem”, disse. “Dá para ter os dois”, afirmou.
Moro sofreu na quinta-fera nova derrota no Congresso. Em um primeiro movimento, a comissão mista do Congresso que analisa a medida provisória da reforma administrativa tirou o Coaf da pasta da Justiça e o devolveu para o Ministério da Economia. Embora o discurso do Palácio do Planalto tenha sido o de que a manutenção do Coaf na Justiça era prioritária para o combate à corrupção, na prática o governo não se empenhou para que o colegiado ficasse sob o guarda-chuva de Moro, ex-juiz da Lava Jato.
Sem votos no Congresso, o Planalto preferiu fazer acordo com o Centrão – bloco que reúne aproximadamente 250 dos 513 deputados – e também com a oposição, na tentativa de salvar o novo desenho da Esplanada dos Ministérios, previsto na MP 870, enviada pelo presidente Jair Bolsonaro em janeiro.
Defesa A permanência do Coaf dentro da estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública não é uma “questão pessoal” mas uma medida para “fortalecer o combate à corrupção, à lavagem de dinheiro, ao crime organizado e ao financiamento ao terrorismo”, diz o ministro Sergio Moro.
O pronunciamento de Moro se dá após os deputados e senadores que analisam a reforma ministerial do Congresso decidirem, por 14 votos a 11, transferir o Coaf para o Ministério da Economia. O texto ainda precisa passar pelos plenários da Câmara e do Senado. Moro afirmou que o Ministério já melhorou a integração do Conselho e que “fará mais” se o órgão permanecer sob sua alçada. O ministro destacou novamente que o Congresso é responsável pela decisão, que será “evidentemente” respeitada.
O ministro agradeceu os parlamentares que votaram a favor da permanência do Coaf no Ministério da Justiça. No fim da tarde da quinta-feira o ministro afirmou, após uma solenidade em que o Coaf homenageou “pessoas atuantes no combate à lavagem de dinheiro”, que o governo “não foi bem-sucedido, pelo menos em relação à decisão da comissão”. “Sempre continuamos conversando com os parlamentares buscando o convencimento das nossas propostas”, destacou.
No twitter, Moro também agradeceu João Roma (PRB-BA) e Joaquim Passarinho (PSD-PA), que se posicionaram a favor da manutenção do Conselho em sua pasta. Passarinho era deputado titular na comissão do Congresso que analisa a medida provisória que reorganizou a estrutura dos ministérios, mas foi substituído pelo deputado Paulo Magalhães (PSD-BA).
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