O presidente Jair Bolsonaro (PSL) chamou de "idiotas úteis" e "massa de manobra" manifestantes que organizam nesta quarta-feira (15) uma série de protestos contra os cortes do governo na educação básica e no ensino superior. O presidente classificou os protestos como algo "natural" e disse que "a maioria ali (na manifestação) é militante".
"A maioria ali é militante que não tem nada na cabeça. Se perguntar sete vezes oito, não sabe. Se perguntar a fórmula da água, não sabe. São uns idiotas úteis e uns imbecis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o lucro de muita universidade federal no Brasil", afirmou o presidente, ao ser questionado sobre o assunto pela imprensa.
Pelo menos 75 das 102 universidades e institutos federais do país convocaram protestos em resposta ao bloqueio de 30% dos orçamentos determinado pelo Ministério da Educação (MEC). Universidades públicas estaduais e privadas de diversos estados também engrossam o movimento.
Um dos alvos do protesto, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse nessa terça-feira que as universidades precisam deixar de ser tratadas como "torres de marfim" e não descartou novos contingenciamentos.
'Desarrumado'
Bolsonaro chegou na manhã desta quarta-feira a Dallas (EUA) em uma agenda improvisada e organizada às pressas pelo governo, depois de o presidente desistir de ir à cidade de Nova York. Ele participaria do prêmio de "personalidade do ano" concedido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos na noite de terça-feira (13).
No Texas, Bolsonaro deve se encontrar com o ex-presidente George W. Bush e participar de um almoço com empresários, onde receberá formalmente o prêmio que não foi buscar em Nova York.
"Estamos sendo muito bem recebidos aqui e o objetivo nosso da viagem será alcançado: aprofundar cada vez mais os laços de amizade e também de cooperação comercial com esse país que eu sempre amei desde a minha infância", disse Bolsonaro, ao chegar nos Estados Unidos nesta quarta-feira.
Um dos apoiadores do presidente gritou "arruma o Brasil que a gente volta". A ele, Bolsonaro respondeu que o País está "bastante desarrumado", mas que iria "arrumar".