Presidente ou lobista? Decreto das armas de @jairbolsonaro é feito sob medida pra liberar a venda do fuzil T4, fabricado pela Taurus. A empresa já tem 2 mil encomendas. pic.twitter.com/Tv7yr8LiR4
%u2014 Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) 21 de maio de 2019
A polêmica em torno da posse e do porte de armas no Brasil ganhou mais um ingrediente na manhã desta terça-feira. O deputado federal Marcelo Freixo (Psol/RJ) postou em sua conta no Twitter vídeo no qualo presidente jair Bolsanaro participa do lanaçemtno de um fuzil e de uma pistola da marca Taurus. "Presidente ou lobista?", questiona o parlamentar.
Decreto de Bolsonaro amplia o uso e porte de armas no Brasil, dividindo opiniões até entre aliados no Congresso Nacional.
A fabricante de armas brasileira Taurus informou, em entrevista à TV Globo, nessa segunda-feira (20), que o decreto sancionado pelo presidente inclui a possibilidade de a população comprar um fuzil, o T4 semiautomático de calibre 5,56.
A Casa Civil, ligada ao Palácio do Planalto, disse que o decreto não enquadra o fuzil T4 como arma de uso permitido. Segundo o órgão, a arma "é de uso restrito e, por isso, o cidadão comum não consegue adquiri-la". "A informação não procede", declarou.
Garoto propaganda?
Em 2017, quando Bolsonaro já se apresentava como candidato à Presidência, ele esteve em um stand da Taurus durante uma feira de produtos de segurança e disse que o T4 seria liberada para alguns grupos.
"Se eu chegar lá, você, cidadão de bem, vai ter num primeiro momento isto aqui em casa (e aparece segurando uma pistola). E você, produtor rural, no que depender de mim, vai ter isto aqui também (e aparece segurando um fuzil T4). Cartão de visita para invasor tem que ser cartucho grande mesmo, com excludente de ilicitude, obviamente."
Potência
O decreto do presidente aumentou o limite da energia cinética das armas permitidas para 1.620 joules; a Taurus diz que a energia cinética do seu T4 é de 1.320 joules. Bolsonaro assinou o decreto no dia 7 e, entre as mudanças, o documento liberou o uso de armamento restrito. Além disso, o texto prevê que 19 categorias não tenham de comprovar a efetiva necessidade para portar armas.
O texto é contestado pelo Ministério Público Federal na Justiça e por partidos no Supremo Tribunal Federal.