O prefeito Alexandre Kalil (PHS) acusou os “grandes empresários” de tentar comprar o Executivo e o Legislativo em troca de uma alteração ao projeto de lei que trata do Plano Diretor de Belo Horizonte. A nova regra supostamente reduziria o lucro das construtoras nos grandes empreendimentos imobiliários.
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A proposta mais polêmica do plano diretor autoriza donos de lotes a construírem apenas o equivalente à área do terreno, com a redução do coeficiente de aproveitamento básico em todo o município para 1. Ou seja, num lote de 500 metros quadrados, o proprietário pode erguer edificação de 500 metros quadrados.
Para construir além dos limites da legislação, o projeto exige que seja pago um valor adicional à prefeitura, a chamada outorga onerosa do direito de construir. Esse dinheiro iria para um fundo para investimentos em moradia e infraestrutura.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) vem liderando uma campanha contra esse artigo do projeto. A entidade alega que trata-se da criação de um novo imposto sobre moradias, e lançou o manifesto “Mais Imposto não, BH”.
O argumento foi rebatido pelo prefeito durante coletiva na tarde desta terça-feira. “O papo de imposto, é o seguinte, gente: vocês acham que 33 vereadores, 34, 35 ou 36 estão trabalhando para imposto em Belo Horizonte? Vocês acham que a esquerda está trabalhando para por imposto para pobre? E o mais grave é a covardia que o poder econômico está querendo fazer como uma câmara que não se vendeu”, disse.
Alexandre Kalil acusou ainda os empresários de nunca terem se preocupado com a periferia de Belo Horizonte. “Peço a toda a população de Belo Horizonte para refletir: quer dizer que agora os grandes empresários estão preocupados com a periferia? Com os bairros pobres de BH? Eles agora são os defensores dos pobres? Não gente. Eu quero avisar para esse pessoal que o Brasil mudou. Que o dinheiro deles não vai corromper ninguém na Câmara”.
“Eu quero de público pedir à população de Belo Horizonte: respeitem a Câmara Municipal de Belo Horizonte e o prefeito de Belo Horizonte que não se venderam. E olha que eu quero morrer sem contar o que tentaram fazer dentro da Câmara.
O prefeito contabilizou que já tenha o voto de pelo menos 33 vereadores para a aprovação do texto, atualmente em tramitação nas comissões. A expectativa é que seja votado no segundo turno no próximo dia 5.
A Fiemg foi procurada para comentar as declarações do prefeito, mas ainda não se manifestou. .