Brasília - No momento em que o governo federal precisa demonstrar força na Câmara dos Deputados para conseguir aprovar a reforma da Previdência, o Estado de Minas e o Correio Braziliense promovem hoje, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Sebrae, o seminário “Por que a reforma é crucial para o futuro do país?”, que contará com a presença de personalidades públicas fundamentais no processo democrático de discussão do tema, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O seminário, que será transmitido ao vivo pelo site em.com, ocorre no momento em que as relações entre os poderes Legislativos e Executivos não estão nos melhores dias, e os parlamentares de fora da base governista buscam protagonismo para modificações na reforma da Previdência.
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Bolsonaro fala de Previdência com crianças e brinca: Guedes vai depender do INSSReforma da Previdência: parlamentares correm para apresentar emendasRelator da Previdência nega existência de texto alternativo e diz que 'só tem' versão do governoPrevidência pode deixar custo do piso básico para o bolso do trabalhadorAlém do presidente da Câmara, reforçarão o time de parlamentares o presidente da comissão especial, Marcelo Ramos (PR-AM), o relator da proposta, Samuel Moreira (PSDB-SP), a líder do governo no Congresso, Joice Haasselmann (PSL-SP), e a deputada federal Beatriz Kicis (PSL-DF).
No lado do Executivo, o secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, também vai participar do debate.
O seminário terá como convidados também especialistas no tema e representantes do setor produtivo para tratar dos aspectos previdenciários, problemas nas contas públicas e impacto das medidas no crescimento do país.
Entre os painelistas estarão o vice-presidente executivo da CNI, Paulo Afonso Ferreira, a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, e o economista, doutor em ciência política e pesquisador Paulo Tafner.
O Brasil tem déficit nas contas públicas desde 2016, com previsões que apontam que só terá superávit entre 2022 e 2023. Ou seja, se as estimativas se concretizarem, o país deve ficar nove anos no vermelho.
As despesas previdenciárias são fator determinante para este rombo. Há anos os gastos com aposentadorias e pensões crescem mais do que os demais custeios do setor público.
As despesas obrigatórias representam 94% do orçamento federal, o que permite espaço de apenas 6% para a ampliação do investimento em outras áreas, como educação, infraestrutura e saúde, por exemplo.
A Previdência responde por mais de 50% deste montante. Só neste ano, o país gastou R$ 750 bilhões, “o que é três vezes mais do que gastamos com educação, saúde e segurança pública, somados”, comparou Guedes, em audiência pública na Câmara, na última quarta-feira.
Serviço
Seminário: Por que a reforma é crucial para o futuro do país?
Local: Correio Braziliense
Data: Hoje, das 9h às 13h30
Transmissão: www.em.com.br
Marinho rejeita novo texto
O secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, defendeu a proposta de reforma da Previdência dos ataques de parlamentares. Segundo ele, a proposta enviada pelo governo será fundamental para a retomada do crescimento e do emprego e o Congresso não pode descartar o texto apresentado pela equipe econômica e fazer outro do zero.
“Não é assim. A matéria que foi apresentada pelo governo certamente vai servir de base para a discussão”, afirmou ele na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara, ontem.
O debate entre os parlamentares deve gerar modificações, como já sinalizou grande parte dos deputados da comissão especial que analisa a proposta. O secretário enfatizou que a idade mínima diminui a desigualdade entre ricos e pobres.
“53% da população se aposenta com 65,5, anos no caso dos homens, e com 61,5 anos, no caso das mulheres. O que estamos propondo é que os mais ricos tenham as mesmas condições que os mais pobres.
A presidente da comissão, Lídice da Mata (PSB-BA), afirmou que os parlamentares da oposição estão dispostos a discutir a reforma da Previdência, mas que é preciso afastar alguns temas do texto, como as mudanças no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que é voltado para os trabalhadores da iniciativa privada, e a capitalização.
“Vamos sentar na mesa e começar a discussão”, disse. “Querer tirar R$ 715 bilhões em 10 anos do Regime Geral e, em 20 anos, R$ 3,449 trilhões é simplesmente absurdo”, criticou.
O texto do governo também foi criticado por tentar alterar as regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a aposentadoria rural. Marinho justificou que, há seis anos o Brasil não tem superávit primário. .