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Militares e trabalhadores rurais devem entrar na reforma da Previdência, defende auditora'Existe a hipótese de a reforma não passar', diz presidente do Instituto CNA"A classe política vai fazer a parte dela", diz Paulo Guedes sobre PrevidênciaMaia diz que ditaduras não atraem investimento e pede menos distração ao governoPaulo Guedes fala sobre reforma em comissão da Câmara; acompanhe Bolsonaro sobre Guedes: 'nosso casamento segue mais forte do que nunca'O ministro, que fez a abertura do evento, voltou a apontar que o sistema previdenciário não se sustenta no atual formato, se tornou ‘uma arma de destruição em massa de empregos’ e vai quebrar, ressaltando que a reforma vai acabar com privilégios. Guedes citou especificamente o caso de funcionários do Legislativo, que, segundo ele, ganham 20 vezes mais que a média do trabalhador brasileiro. Para ele, a aprovação do texto é o ‘primeiro passo para abrir os portões do Brasil para o crescimento’.
Já Maia aproveitou para cobrar correção de postura do governo, apontando Guedes como exemplo de proatividade a ser seguida pelos demais ministros de Bolsonaro e até pelo presidente. O parlamentar assumiu responsabilidades de seu papel na Câmara e se disse comprometido com a aprovação da reforma.
“Espero que o Parlamento compreenda de forma majoritária (a importância da reforma) e que o governo, e não apenas o ministro Paulo Guedes, possa ter uma posição mais pró-ativa com a agenda das reformas e gere menos distração naquilo que é fundamental."
"A gente não pode aceitar de forma alguma, de nenhum brasileiro, que nossa democracia e as instituições sejam, nem em frases, colocadas em risco”, afirmou. Entre as pautas defendidas pelos apoiadores do governo estão o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.
Em referência indireta a esses críticos, Maia disse ainda que não adianta fazer reforma da Previdência se a democracia não permanecer e for madura. “Até porque sabemos que o sistema privado não tende a investir em ditaduras, como não investe na Venezuela. Precisamos dar condições para que o setor privado possa construir investimentos em 10 ou 15 anos”, disse.
Na mesma linha de Marinho, a economista Selene Peres Nunes,uma das autoras da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) afirmou em sua palestra que a reforma "é crucial, porque o país não tem futuro sem ela”. Destacou que a raiz do problema tem origem no aumento desordenado dos gastos públicos e por um período de “forte irresponsabilidade fiscal” e lembrando que, desde 2014, as contas do governo federal estão no vermelho, em pleno “abismo fiscal”, e as da Previdência apresentam déficit desde 1995.
'Guerra de narrativas'
Joice afirmou que está atuando por meio de uma "caravana da Previdência" para levar informações referentes a proposta ao estados. "A nova Previdência é uma Previdência que cuida do país. Que ataca privilégios. É uma guerra de narrativas e é na narrativa que vamos vencer essa guerra dentro do Congresso Nacional", disse.
'Podemos fechar o caixão'
Na visão do economista Paulo Tafner, um dos maiores especialistas do país sobre Previdência, "o Brasil escolheu ficar velho e pobre". Ele mostrou dados apontando que o Brasil deverá estar entre os 10 países com a população mais envelhecida do mundo no próximo século e que não nos preparamos para isso. “Já podemos fechar o caixão”, afirmou ele.
Tafner lamentou o fato de o Brasil não ter conseguido melhorar sua produtividade ao longo desse período de bônus demográfico iniciado na década de 1960.
“Aproveitamos o bônus (demográfico) com os militares mais populistas, mas o fato é que o populismo custou pela crise de inflação (da década de 1980). A produtividade despencou e já perdemos o bônus. Ele andou e a produtividade não andou. O bônus acaba e sepultamos o caixão de forma definitiva”, alertou.
Na visão de Paulo Afonso Ferreira, vice-presidente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), “a boa notícia” é que a população tem apoiado mudanças na legislação previdenciária. Sondagem feita pela entidade apontou que 59% dos brasileiros concordam com a necessidade de reforma.
Ferreira afirmou que o assunto é “da mais alta importância para o Brasil” e defendeu a agenda liberal para desburocratização do setor produtivo. “Agenda pelo qual o Brasil precisa tomar para retomar o trilho do crescimento”, destacou.
'Reforma pode não ser aprovada'
No encerramento do seminário, o presidente do Instituto CNA, Roberto Brant, colunista de política do EM e do Correio, projetou um cenário pós-reforma da Previdência. Para ele, serão necessárias outras reformas, a fim de mudar a maneira como ocorrem os gastos públicos.
Brant afirmou, no entanto, que é possível que as mudanças nas regras previdenciárias não sejam aprovadas ou sofram grandes alterações no Congresso. "Ainda existe uma hipótese de que a reforma da Previdência não passe no Parlamento, ou que não se tenha uma mudança minimamente eficiente. Excluir os estados da reforma e fazer pela metade", disse.
Ex-ministro da Previdência, Roberto Brant também afirmou que o governo está focando apenas no impacto fiscal da reforma, e não na necessidade de reformular todo o sistema financeiro do Estado. "Me preocupa também o viés exclusivamente fiscal.
O seminário ‘Previdência, por que a reforma é crucial para o futuro do país?’, promovido pelo Estado de Minas e Correio Braziliense, contou com o apoio da Confederação da Agricultura e a Pecuária do Brasil (CNA), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)..