O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), voltou suas críticas nesta quinta-feira para o papel do estado enquanto provedor do desenvolvimento. Defendendo que cabe ao poder público “ditar as regras e não empreender”, tarefa que deve ser repassada ao setor privado. Como exemplo, apontou a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) como um dos fatores que emperra o crescimento no estado, por causa de barreiras brurocráticas.
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Zema ainda recorreu ao mantra que usou durante a campanha de que o estado tem sido um “peso para quem produz”, e recebeu aplausos do empresariado. Contudo, ele destacou estar “otimista”, após perceber todos os desafios que o estado tem para voltar a promover o desenvolvimento.
Ele ainda destacou que as reformas – tanto da Previdência quanto tributária -, são fatores fundamentais para que o país volte a crescer e, aproveitou a presença do presidente da Assembleia de Minas, deputado Agostinho Patrus (PV), para dizer que encaminhará nas próximas semanas à Casa, pacote com as propostas para que o estado possa aderir ao regime de recuperação fiscal, proposto pela União.
Empresariado aposta nas reformas para crescer
Na mesma fonte bebe o empresariado. A principal aposta da indústria mineira para reverter o cenário atual de retração são as reformas da Previdência e tributária.
Segundo o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Flávio Roscoe, diante da expectativa de retração de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) – agravada pela crise da mineração, provocada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho e suas consequências para o meio produtivo -, será necessário um esforço de todos para que este cenário seja revertido.
“Por isso que a Fiemg tem apoiado as reformas, tanto da Previdência, quanto tributária, entende que elas são de grande relevância para o país, e podem aumentar exponencialmente nosso crescimento do PIB para os próximos 30 anos", afirmou.
Roscoe acredita que se pelo menos a reforma da Previdência conseguir ser viabilizada no primeiro semestre, na segunda metade do ano o cenário pode mudar.
Questionado de que as reformas propostas anteriormente e já viabilizadas, como a trabalhistas, não tiveram o resultado esperado, Roscoe minimizou.
“O resultado poderia ser muito pior se não tivesse tido a reforma trabalhista, no que tange o emprego. Já a reforma previdenciária tem poder desestruturante muito grande, porque ela drena os recursos. Em 2035 nós estamos falando que a Previdência vai consumir 35% do PIB. Ou seja, nós vamos pagar impostos apenas para pagar os aposentados, não vai ter mais estado”, disse.
Construção
Um dos homenageados da noite, o CEO e fundador da MRV, Rubens Menin, também considera as reformas fatores fundamentais e “consenso” de que são fundamentais. Segundo ele, contudo, em relação ao setor da construção este ainda não será um ano de bons números, mas de início da retoma, fiando a situação ao bom andamento das propostas de mudanças. “Não é um crescimento ainda muito grande, mas é um crescimento que vai começar a acontecer”, disse.
O outro agraciado da noite, Ricardo Botelho, CEO do Grupo Energisa, defendeu a modernização do estado. “É necessário atacar imediatamente os custos ocultos, as normas bizantinas e obrigações acessórias que travam os negócios nacionais”.
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