O presidente da República, Jair Bolsonaro, usou seu perfil no Twitter para amenizar a declaração dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, à Revista Veja, de que sairia do governo caso o Congresso aprovasse uma reforminha. No microblog, Bolsonaro escreveu que “parte da mídia” tenta criar um “virtual atrito” entre ele e o ministro. Segundo o presidente, o “casamento” entre os dois “segue mais forte que nunca”.
Na publicação, Bolsonaro diz ainda que caso a reforma da Previdência não for aprovada, deverá trocar o ministro da Economia pelo da “Alquimia”.
Mais cedo, durante sua visita ao Recife, Bolsonaro declarou, em resposta à fala de Guedes, que “é um direito dele” sair do governo. “Ninguém é obrigado a continuar como ministro meu. Logicamente ele está vendo uma catástrofe, é verdade, eu concordo com ele (Guedes), se nós não aprovarmos algo realmente muito próximo ao que enviamos no Parlamento.”, disse o presidente na ocasião.
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Guedes cobra protagonismo do Congresso pela aprovação da reforma; Maia defende democracia e pede nova postura do governo "A classe política vai fazer a parte dela", diz Paulo Guedes sobre PrevidênciaBolsonaro fala de Previdência com crianças e brinca: Guedes vai depender do INSSGuedes fala em Congresso decidir sobre cortes e contingenciamentosPaulo Guedes fala sobre reforma em comissão da Câmara; acompanhe Manifestantes apoiam governo Bolsonaro em BH e várias cidades do paísA noite, o Ministério da Economia publicou uma nota reforçando o total compromisso do ministro com a retomada do crescimento. Além disso, a pasta rechaça qualquer hipótese de que ele se afaste desse propósito. “O Ministério da Economia reitera ainda sua absoluta confiança no trabalho do Congresso Nacional, instituição com a qual mantém excelente diálogo, para garantir a aprovação da Nova Previdência com economia superior a R$ 1 trilhão”, completou.
O deputado federal José Nelto (GO), líder do Podemos, classificou como chantagem as declarações de Guedes. “O ministro faz chantagem com o Congresso e com a nação. Em vez de fazer chantagem, de pegar um avião e morar no exterior, ele deveria dar o exemplo, ficar no país, ajudar a resolver a crise, e apresentar todas as propostas que o Brasil espera. É isso que nós queremos, e não um ministro fujão”, criticou.
Viagem ao Nordeste
Bolsonaro visitou, nesta sexta-feira (24/5), Pernambuco, o primeiro destino de sua viagem ao Nordeste, região na qual possui pior avaliação. Segundo pesquisa Datafolha divulgada em abril, 39% dos nordestinos consideram o seu governo ruim ou péssimo ante 30% da média nacional. O pesselista foi derrotado nos nove estados da região na eleição do ano passado, ficando atrás do então candidato Fernando Haddad (PT).
Oficialmente, o encontro desta sexta serviu para aprovar o Plano de Desenvolvimento do Nordeste, que tem o objetivo de estimular a economia na região, em reunião da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).
* Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli
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