A Justiça de São Paulo solicitou nesta terça-feira o bloqueio imediato de R$ 128 milhões da conta do deputado federal Aécio Neves (PSDB). A indisponibilidade do valor tem relação com ação que investiga o pagamento de vantagens ao parlamentar pelo empresário Joesley Batista e pelo grupo J&F.
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O bloqueio corresponde a investigação que apura denúncia de que a compra do prédio em que funcionava o jornal Hoje em Dia, em Belo Horizonte, teria sido feita para repassar o valor de R$ 17.354.824,75 ao tucano. A quantia teria sido pedida para quitar dívidas da campanha de 2014, quando Aécio concorreu à Presidência. Ainda de acordo com a denúncia, o valor inicialmente pedido pelo atualmente deputado, foi de R4 18 milhões.
Segundo o Ministério Público Federal, "Aécio Neves, no exercício do mandato de Senador da República e em razão do referido cargo, teria solicitado a Joesley Batista, bem como ao Grupo J&F, no período entre 2014 e 2017, vantagens indevidas em quatro oportunidades, sob a promessa de favorecimento em eventual governo presidencial do período entre 2015 a 2018".
No mesmo processo consta ainda que, posteriormente, Aécio Neves ainda teria solicitado a Joesley o pagamento de mensalidades de R$ 50 mil. O valor seria pago em publicidade na Rádio Arco Iris – com nome fantasia de Jovem Pan BH -, de propriedade do tucano. A quantia seria usada, segundo o inquérito, para cobrir despesas pessoais. A somatória dos valores pagos a Aécio totalizaria cerca de R$ 920 mil.
De acordo com a defesa de Aécio, os valores de referem a doações de campanha feitas a época pela JBS, declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e que se destinaram também a outros partidos.
“Depois, o destino final desses recursos comprovadamente foram os diferentes partidos políticos da coligação do PSDB. Nunca houve sequer uma acusação de que o deputado Aécio tenha se beneficiado pessoalmente de nenhum centavo”, afirma nota assinada pelo advogado Alberto Toron.
A defesa ainda nega que os recursos tenham “transitado” pelas contas do deputado e que as acusações são fruto de “busca desesperada” pela validação da delação.
Cristiane e Benito
Segundo a decisão, na condição de presidente do PTB durante a campanha de 2014, Benito da Gama "teria recebido R$ 20.000.000 00, decorrentes de supostos créditos ajustados entre o Grupo J&F e o Senador Aécio Neves". "A referida quantia teria sido paga em troca de apoio político do PTB para a campanha presidencial de 2014, expondo a autoridade policial que o investigado teria participado de reunião na sede do Grupo J&F para tratar das contribuições para o partido".
"Cristiane Brasil Francisco então deputada Cristiane Brasil seria a presidente do PTB a partir do final de 2014 e teria recebido R$ 20.000.000,00 decorrentes do suposto crédito de propina ajustada entre o Grupo J&F e o então Senador Aécio Neves", escreve. (Com Estadão Conteúdo).