O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 30, que o governo não pode "ganhar tudo na Câmara e no Senado". "Até é bom que não ganhe, senão não passaria a ser um presidente, seria um ditador, tudo o que ele manda é aprovado, como acontece no Parlamento cubano", comparou. Em 'live' pelo Facebook, Bolsonaro referia-se à votação que retirou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das mãos do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O Coaf voltou para o Ministério da Economia.
Ele afirmou que o conselho continua com o governo. "Ou alguém acha que o Paulo Guedes não vai fornecer dados para o Ministério da Justiça?", perguntou.
A medida provisória (MP) que reestruturou o número de ministérios foi aprovada em votação apertada, com uma diferença de apenas 18 votos - o placar foi de 228 a 210. Por causa da pequena diferença, Bolsonaro disse que começou um "verdadeiro massacre" em cima de parlamentares da base aliada que não tiveram o voto registrado.
O presidente citou os casos da deputada Aline Sleutjes (PSL-PR) e da senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) e defendeu as parlamentares. Aline não foi à sessão que aprovou a MP porque estava em viagem à China com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. No caso de Soraya, Bolsonaro disse que não contaram o voto da senadora. "Houve essa divulgação de que ela não levantou o braço", declarou.
"Não vamos atirar numa pessoa que é aliada nossa, que vai estar conosco em outras oportunidades para o bem do Brasil", pediu o presidente, que levou as duas parlamentares para a transmissão ao vivo.
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