Ao menos 100 cidades registram nesta quinta-feira, 30, manifestações em defesa da Educação e contra o contingenciamento de 30% do orçamento dos gastos discricionários para a Educação proposto pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. As manifestações foram organizadas pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e contaram com o apoio de centrais sindicais, contrárias à reforma da Previdência do governo Bolsonaro.
É o segundo ato dos estudantes contra a proposta do governo de Jair Bolsonaro, reiterando as pautas apresentadas no último dia 15 de maio e uma resposta às manifestações a favor das reformas realizadas no domingo, 26.
Até 20h20 desta quinta-feira, ao menos 100 cidades do País registraram atos contra os cortes.
Confira os atos contra os cortes na Educação por Estados:
SÃO PAULO
A manifestação contra os cortes na Educação realizada no Largo da Batata, em São Paulo, reuniu um número menor de pessoas em relação ao ato do dia 15. Os protestos não contaram com a participação formal dos partidos de oposição, mas foram convocados por entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Os manifestantes ocuparam parte do Largo da Batata e pelo menos uma quadra da Avenida Faria Lima até às 18h30 desta quinta-feira. Os organizadores calculam presença de 60 mil pessoas no ato. "A gente avalia que a manifestação do dia 26 (pró-governo) foi significativa, mas não queremos comparar os dias 15, 26 e 30. São propostas diferentes. Não queremos briga de torcida", afirma a presidente da UNE, a estudante Marianna Dias.
Segundo ela, a manifestação de hoje foi "tão vitoriosa" quanto a do dia 15. A presidente da UNE disse, ainda, que o mote "Fora (Jair) Bolsonaro" por ora está fora de cogitação e o "Lula Livre" não é o centro da manifestação.
A adesão menor em relação à manifestação anterior já era esperada pelos organizadores, segundo revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta quinta-feira. Entre os manifestantes, muitos usavam camisetas com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a inscrição "Lula Livre", mas esse tema ficou fora da maioria dos discursos.
Em São Paulo, as cidades de Franca, São Carlos, Campinas e ao menos 7 outras cidades tiveram as mobilizações estudantis.
RIO DE JANEIRO
No Rio de Janeiro, milhares de pessoas se reuniram ao redor da igreja da Candelária, no centro, às 16h30. Ainda não há estimativa sobre o público. Professores e alunos de escolas públicas discursaram no carro de som criticando medidas anunciadas pelo Ministério da Educação.
Os manifestantes depois caminhariam pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia. Dezenas de policiais militares acompanham o ato. No dia 15, após o fim da manifestação, houve confronto entre vândalos e PMs, e um ônibus foi incendiado. No Rio de Janeiro, também houve mobilização na cidade de Campos de Goytacases.
MINAS GERAIS
Em Belo Horizonte, manifestantes se concentraram na Praça Afonso Arinos, Região Central de Belo Horizonte, para protesto contra o corte de recursos na área da Educação. "Não é mole não, tem dinheiro pra milícia, mas não tem para a Educação", gritam estudantes e professores. Pelo menos dois caminhões de som estavam posicionados na Avenida João Pinheiro, que passa pela praça e já teve uma das pistas fechadas.
A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Federais de Ensino (Sindifes), Cristina del Papa, acredita que 30 mil pessoas participariam do ato contra o corte de recursos do governo federal na noite desta quinta-feira, 30, em Belo Horizonte.
A sindicalista afirma que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) deverá perder R$ 65 milhões e que essa redução começará a ser sentida a partir de julho. "Nosso recado aqui, hoje, é que não dá para suportar o corte que está sendo feito pelo governo federal. Vai atingir o dia a dia da universidade", afirma. Em Minas Gerais, as cidades de Juiz de Fora, Uberlândia, Ouro Preto e Governador Valadares tiveram atos.
BAHIA
Em Salvador, lideranças sindicais, políticas, de partidos de esquerda, e suas militâncias, engrossaram a manifestação de estudantes ocorrida na manhã dessa quinta-feira, 30, no centro. Além de protestarem contra o corte nas verbas destinadas à Educação, eles rechaçavam as reformas do governo federal, principalmente a da Previdência; defendiam "Lula Livre" e "Fora Bolsonaro".
Logo na largada, de cima de um minitrio, líderes do protesto pediam vaias para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e aplausos para os sindicatos presentes ao evento. De acordo com o comando do movimento, mais de 30 mil pessoas participaram do ato, que começou por volta das 10h e terminou por volta das 12h30. No manifesto do dia 15 de maio foi estimada a participação de mais de 50 mil pessoas.
A presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), Raquel Nery, tentou minimizar a presença das Centrais sindicais no movimento, dizendo não haver uma relação direta entre a pauta dos estudantes e a dos sindicatos. "O protesto foi organizado pelos estudantes e é deles o protagonismo. As demais entidades apoiam o movimento. Não podemos dar a esse 30 de maio a cor das centrais sindicais", destacou.
Como no ato passado, sobraram críticas também para o governador da Bahia, Rui Costa, que é do PT. "Governador, que baixaria, educação não é mercadoria", gritavam alunos e professores da UNEB - Universidade Estadual da Bahia, que estão em greve há 52 dias.
PARÁ
Em Belém, os manifestantes saíram por volta das 18 horas da Praça da República, centro da capital. E deveriam caminhar por três quilômetros até a Praça do Operário, tradicional ponto de protestos da esquerda. Ainda não há informações sobre o número de manifestantes.
DISTRITO FEDERAL
Em Brasília, a manifestação aconteceu por volta das 10h e reuniu 1,5 mil pessoas segundo a Polícia Militar e dez mil pessoas nas estimativas da organização.
ACRE
No Acre, centrais sindicais organizaram uma manifestação no centro de Rio Branco por volta das 11h e atraíram público modesto, sem contagem oficial.
PIAUÍ
No Piauí, manifestantes se reuniram no centro de Teresina entre as 8h e 11h30 para protestar contra os cortes.
ALAGOAS
Em Maceió, foram cinco mil manifestantes na contagem da PM e dez mil de acordo com os organizadores.
SANTA CATARINA
No Sul, estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) começaram as movimentações em Florianópolis logo no início da manhã, em preparação para o ato marcado para 15h.
ESPÍRITO SANTO
Em Vitória, no Espírito Santo, as manifestações começaram às 14h30.
AMAPÁ
Em Macapá, estudantes da Universidade Federal do Amapá (Unifap) protestaram contra o contingenciamento de verbas também no início da manhã. A manifestação teve início às 8h e terminou por volta das 13h.
(PEDRO VENCESLAU, ISABELA PALHARES, FÁBIO GRELLET E LEONARDO AUGUSTO, HELIANA FRAZÃO, JENNEFER ANDRADE, FELIPE LAURENCE E HELOISA BAUMGRATZ, ESPECIAIS PARA O ESTADO)
É o segundo ato dos estudantes contra a proposta do governo de Jair Bolsonaro, reiterando as pautas apresentadas no último dia 15 de maio e uma resposta às manifestações a favor das reformas realizadas no domingo, 26.
Até 20h20 desta quinta-feira, ao menos 100 cidades do País registraram atos contra os cortes.
Confira os atos contra os cortes na Educação por Estados:
SÃO PAULO
A manifestação contra os cortes na Educação realizada no Largo da Batata, em São Paulo, reuniu um número menor de pessoas em relação ao ato do dia 15. Os protestos não contaram com a participação formal dos partidos de oposição, mas foram convocados por entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Os manifestantes ocuparam parte do Largo da Batata e pelo menos uma quadra da Avenida Faria Lima até às 18h30 desta quinta-feira. Os organizadores calculam presença de 60 mil pessoas no ato. "A gente avalia que a manifestação do dia 26 (pró-governo) foi significativa, mas não queremos comparar os dias 15, 26 e 30. São propostas diferentes. Não queremos briga de torcida", afirma a presidente da UNE, a estudante Marianna Dias.
Segundo ela, a manifestação de hoje foi "tão vitoriosa" quanto a do dia 15. A presidente da UNE disse, ainda, que o mote "Fora (Jair) Bolsonaro" por ora está fora de cogitação e o "Lula Livre" não é o centro da manifestação.
A adesão menor em relação à manifestação anterior já era esperada pelos organizadores, segundo revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta quinta-feira. Entre os manifestantes, muitos usavam camisetas com a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a inscrição "Lula Livre", mas esse tema ficou fora da maioria dos discursos.
Em São Paulo, as cidades de Franca, São Carlos, Campinas e ao menos 7 outras cidades tiveram as mobilizações estudantis.
RIO DE JANEIRO
No Rio de Janeiro, milhares de pessoas se reuniram ao redor da igreja da Candelária, no centro, às 16h30. Ainda não há estimativa sobre o público. Professores e alunos de escolas públicas discursaram no carro de som criticando medidas anunciadas pelo Ministério da Educação.
Os manifestantes depois caminhariam pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia. Dezenas de policiais militares acompanham o ato. No dia 15, após o fim da manifestação, houve confronto entre vândalos e PMs, e um ônibus foi incendiado. No Rio de Janeiro, também houve mobilização na cidade de Campos de Goytacases.
MINAS GERAIS
Em Belo Horizonte, manifestantes se concentraram na Praça Afonso Arinos, Região Central de Belo Horizonte, para protesto contra o corte de recursos na área da Educação. "Não é mole não, tem dinheiro pra milícia, mas não tem para a Educação", gritam estudantes e professores. Pelo menos dois caminhões de som estavam posicionados na Avenida João Pinheiro, que passa pela praça e já teve uma das pistas fechadas.
A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Federais de Ensino (Sindifes), Cristina del Papa, acredita que 30 mil pessoas participariam do ato contra o corte de recursos do governo federal na noite desta quinta-feira, 30, em Belo Horizonte.
A sindicalista afirma que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) deverá perder R$ 65 milhões e que essa redução começará a ser sentida a partir de julho. "Nosso recado aqui, hoje, é que não dá para suportar o corte que está sendo feito pelo governo federal. Vai atingir o dia a dia da universidade", afirma. Em Minas Gerais, as cidades de Juiz de Fora, Uberlândia, Ouro Preto e Governador Valadares tiveram atos.
BAHIA
Em Salvador, lideranças sindicais, políticas, de partidos de esquerda, e suas militâncias, engrossaram a manifestação de estudantes ocorrida na manhã dessa quinta-feira, 30, no centro. Além de protestarem contra o corte nas verbas destinadas à Educação, eles rechaçavam as reformas do governo federal, principalmente a da Previdência; defendiam "Lula Livre" e "Fora Bolsonaro".
Logo na largada, de cima de um minitrio, líderes do protesto pediam vaias para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e aplausos para os sindicatos presentes ao evento. De acordo com o comando do movimento, mais de 30 mil pessoas participaram do ato, que começou por volta das 10h e terminou por volta das 12h30. No manifesto do dia 15 de maio foi estimada a participação de mais de 50 mil pessoas.
A presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), Raquel Nery, tentou minimizar a presença das Centrais sindicais no movimento, dizendo não haver uma relação direta entre a pauta dos estudantes e a dos sindicatos. "O protesto foi organizado pelos estudantes e é deles o protagonismo. As demais entidades apoiam o movimento. Não podemos dar a esse 30 de maio a cor das centrais sindicais", destacou.
Como no ato passado, sobraram críticas também para o governador da Bahia, Rui Costa, que é do PT. "Governador, que baixaria, educação não é mercadoria", gritavam alunos e professores da UNEB - Universidade Estadual da Bahia, que estão em greve há 52 dias.
PARÁ
Em Belém, os manifestantes saíram por volta das 18 horas da Praça da República, centro da capital. E deveriam caminhar por três quilômetros até a Praça do Operário, tradicional ponto de protestos da esquerda. Ainda não há informações sobre o número de manifestantes.
DISTRITO FEDERAL
Em Brasília, a manifestação aconteceu por volta das 10h e reuniu 1,5 mil pessoas segundo a Polícia Militar e dez mil pessoas nas estimativas da organização.
ACRE
No Acre, centrais sindicais organizaram uma manifestação no centro de Rio Branco por volta das 11h e atraíram público modesto, sem contagem oficial.
PIAUÍ
No Piauí, manifestantes se reuniram no centro de Teresina entre as 8h e 11h30 para protestar contra os cortes.
ALAGOAS
Em Maceió, foram cinco mil manifestantes na contagem da PM e dez mil de acordo com os organizadores.
SANTA CATARINA
No Sul, estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) começaram as movimentações em Florianópolis logo no início da manhã, em preparação para o ato marcado para 15h.
ESPÍRITO SANTO
Em Vitória, no Espírito Santo, as manifestações começaram às 14h30.
AMAPÁ
Em Macapá, estudantes da Universidade Federal do Amapá (Unifap) protestaram contra o contingenciamento de verbas também no início da manhã. A manifestação teve início às 8h e terminou por volta das 13h.
(PEDRO VENCESLAU, ISABELA PALHARES, FÁBIO GRELLET E LEONARDO AUGUSTO, HELIANA FRAZÃO, JENNEFER ANDRADE, FELIPE LAURENCE E HELOISA BAUMGRATZ, ESPECIAIS PARA O ESTADO)