Em entrevista ao programa The Noite com Danilo Gentili transmitida nesta sexta-feira, 31, o presidente Jair Bolsonaro reforçou a importância da reforma da Previdência para a recuperação da situação fiscal e da capacidade de investimento do País, afirmando que sua aprovação mostrará a investidores nacionais e estrangeiros que o Brasil está "fazendo o dever de casa".
Questionado sobre o que aconteceria num cenário sem a reforma, ele destacou que em "2022, no máximo, o Brasil quebra".
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O presidente minimizou os problemas de articulação política do governo, dizendo que "para mudar de paradigma leva tempo". Sem usar a expressão "nova política", ele voltou a rejeitar o "toma lá dá cá" ao apontar que "uma minoria" dos parlamentares continua tentando "interagir com o governo de uma forma que não deu certo no passado".
Na entrevista, Jair Bolsonaro afirmou ainda que "pela primeira vez na história" um presidente busca cumprir suas promessas de campanha. Nesse sentido, ele reiterou a intenção de extinguir a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) e disse que o secretário de Desestatização do governo, Salim Mattar, "está tratando do assunto".
Cidadão desarmado aumenta violência
Bolsonaro afirmou que a violência no Brasil tem aumentado desde a instituição do Estatuto do Desarmamento, o que, em sua avaliação, indica que o País precisa de uma nova legislação sobre o assunto.
"A certeza de que se vai encontrar o cidadão desarmado é que faz com que a violência cresça", disse.
Questionado se estaria disposto a voltar atrás nos decretos de posse e porte de armas editados por seu governo caso o número de mortes por armas de fogo aumente, o presidente respondeu: "Agora, vou fazer uma polêmica aí. Vou querer saber se são pessoas de bem que estão morrendo ou bandidos. Se é marginal, tem que liberar mais armas ainda".
Jair Bolsonaro apontou ainda que desde a assinatura do primeiro decreto sobre posse de armas de fogo, em janeiro, o "número de homicídios diminuiu em torno de 24%". "Se foi por causa disso, eu não sei.
Educação
Durante a entrevista, o presidente foi perguntado sobre as "trapalhadas" no Ministério da Educação (MEC). Para Bolsonaro, isso decorre do "aparelhamento" da pasta, uma herança dos governos petistas, diz. "Estamos conseguindo dar um norte (ao MEC)".
Sobre as manifestações contra o corte de verba a universidades federais, o presidente voltou a classificar os estudantes como "inocentes úteis", novamente se retratando por ter chamado os manifestantes de "idiotas úteis" logo após os atos do dia 15.